Numa análise retrospetiva de dados de mais de 10 milhões de crianças, o risco de cancro infantil foi 2,6 vezes maior em crianças nascidas com anomalias não cromossómicas do que em crianças nascidas sem o problema.
Além disso, alguns tipos de cancro foram relacionados com defeitos congénitos específicos.
Esses dados foram relatados na Reunião Anual de 2018 da Associação Americana para a Pesquisa do Cancro.
De acordo com os investigadores, uma em cada 33 crianças nasce com um defeito de nascença e há dados que associam anomalias cromossómicas na síndrome de Down com o aumento do risco de cancro. Além disso, os dados que ligam a maioria dos defeitos congénitos aos cancros infantis estão a aumentar.
Neste estudo, os especialistas reuniram dados médicos entre 1992 a 2013, onde se incluíam informações de certidões de nascimento, registos de defeitos de nascimento e registos de cancro, que foram vinculados num modelo estatístico que avaliou a associação entre 60 defeitos congénitos e 31 cancros infantis.
Os registos forneceram dados de mais de 10 milhões de nascimentos; destes, 517 548 crianças foram identificadas como tendo defeitos congénitos não cromossómicos e 14 774 como tendo desenvolvido cancro.
Com uma taxa de risco de 2,6 por cento, o risco de qualquer cancro aumentou significativamente em crianças com defeitos congénitos não cromossómicos, em comparação com crianças que não tiveram nenhum defeito congénito. Alguns defeitos congénitos, incluindo a fenda palatina e a fenda labial, bastante comuns, não tiveram associação com o cancro infantil.
Mas alguns tipos de cancro estavam fortemente ligados a defeitos congénitos específicos. Por exemplo, o risco de hepatoblastoma foi 10,5 vezes maior em crianças com defeitos do septo ventricular e 10 vezes maior em crianças com craniossinostose. O risco para astrocitoma e ependimoma foi cerca de 10 a 20 vezes maior em crianças com defeitos do sistema nervoso central.
“O cancro infantil é raro e, portanto, o risco de uma criança com defeito congénito não cromossómico desenvolver cancro durante a infância é baixo. No entanto, é muito cedo para fazer recomendações clínicas”, disseram os especialistas.
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