Declarações de Mário Centeno revoltam pais de crianças do Hospital de São João

Mário Centeno, ministro das Finanças, foi questionado no Parlamento acerca das condições existentes na ala pediátrica de oncologia do Hospital de São João, no Porto, e a sua resposta revoltou os pais das crianças em tratamento naquela instituição.
O ministro disse que se recusava a “participar em debates sustentados em notícias de jornal que não correspondem à verdade”, quando lhe fizeram questões sobre a polémica instalada no passado mês de abril.
“Se continuamos a debater questões com esta relevância, com base em fotografias com legendas erradas não estamos a fazer um bom serviço aos cuidados pediátricos e à nação”, disse o governante, que criticou “as notícias de jornal que não correspondem à verdade e que deturpam, utilizando fotografias de crianças, a verdade daquilo que se passa no São João”.
Estas palavras deixaram os pais das crianças em tratamento naquela unidade hospitalar indignados; segundo Jorge Pires, porta-voz dos pais das crianças internadas ou em tratamento oncológico no Hospital de São João, “quem não falou a verdade foram os ministros, tanto o das Finanças como o da Saúde, que convido a visitar a unidade hospitalar como utentes para perceberem o que lá se passa e como são tratados os nossos filhos”.
O porta-voz reafirma que esta polémica começou com “base em fotografias verdadeiras publicadas no Jornal de Notícias que o caso foi denunciado e a situação como as crianças são tratadas melhorada”.
O caso remonta ao passado mês de abril, quando as famílias de crianças com cancro infantil denunciaram as condições a que os filhos eram sujeitos. Na altura, Jorge 
Pires disse que “as crianças acabam de fazer quimioterapia e têm de partilhar os elevadores com os caixotes de lixo. Além disso, os carrinhos de limpeza são colocados ao lado dos de comida”.
A situação, entretanto corroborada por outros pais, causou uma indignação a nível nacional, sendo que o próprio presidente do Hospital de São João, António Oliveira e Silva, veio dizer que as condições de atendimento aquelas crianças eram “indignas” e “miseráveis”. 
Apesar de algumas promessas por parte do governo, as verbas para as obras nesta unidade continuam bloqueadas e, segundo Mário Centeno, esse investimento ainda “está a ser trabalhado, está a ser planeado, é um investimento de grande dimensão“.
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