Crianças, pais e sobreviventes: o testemunho de quem lidou de perto com o cancro infantil

“Ser pai de uma criança com cancro é.… cair num abismo sem fundo. Tudo o que queremos ouvir é “vai ficar tudo bem” e isso ninguém nos diz. É sofrer cada dor que o nosso filho sente e desejar que a pudéssemos sentir por ele; sofrer a cada olhar de pena que recebemos e desejar que não existisse; sofrer a cada momento em que a liberdade é retirada ao nosso filho. É desejar que tudo não passasse apenas de um pesadelo, do qual estamos prestes a acordar.  Mas o amor tudo supera! E na nossa bolha de amor, sim, é possível ter esperança… e ultrapassar o pior momento das nossas vidas!”

Ana Veloso e Marco Monteiro – Pais da Leonor

Em Portugal, todos os anos cerca de 400 crianças e jovens são diagnosticadas com cancro.

Este número torna-se ainda mais assustador quando verificamos que, a nível mundial, são mais de 400 mil as crianças que, todos os anos, enfrentam o mesmo diagnóstico.

O cancro é a primeira causa de morte não acidental na população infantojuvenil.

“Quando o diagnóstico chega o mundo parece desabar. O mais importante nesse momento é ACEITAR a nova realidade e sem questionar, focarmo-nos em dar o máximo de AMOR, CARINHO e CONFORTO aos nossos filhos. Esta deverá passar a ser única e exclusivamente a nossa prioridade. “O que será, será… mas por HOJE eu confio.”

João Ricardo – Pai da Beatriz

Felizmente, e graças aos grandes progressos realizados ao nível do diagnóstico e dos tratamentos nas últimas décadas, atualmente cerca de 90% destas crianças e adolescentes sobrevivem.

Mas o que se sente quando vemos um filho ser diagnosticado com cancro? Como é que os pais lidam com uma notícia tão assustadora e arrebatadora como “O seu filho tem cancro”?

Inicialmente, dor, uma dor indescritível! Depois, a certeza inabalável que sairíamos desta terrível batalha vencedores tornou os momentos mais negros suportáveis. Hoje sinto-me grata por partilhar esta vitória.

Ligia Rocha, Mãe

Ao longo de vários anos, o PIPOP – Portal de Informação Português de Oncologia Pediátrica tem tentado trazer até si histórias e testemunhos reais de doentes, sobreviventes e famílias que foram afetados pelo cancro infantil.

Na sua maioria, estas são histórias de esperança.

Nem todas tiveram um final feliz, mas todas estão repletas de amor, de perseverança, de ensinamentos.

“Esta foto foi tirada 3 dias antes do diagnóstico da M, sem que imaginássemos o que nos esperava. Diante de um dinossauro enorme e cheia de medo, apontou-lhe o dedo e gritou: “Não, bicho!”. Este grito foi a nossa coragem para enfrentar os 8 intensos meses que se seguiram. Ter coragem exige aceitar. Perceber o que podemos por em pausa e priorizar. Sem medo, porque há coisas que podem ser vividas depois e há outras que percebemos que nem sequer queremos viver. E rodearmo-nos apenas dos nossos e dos verdadeiros, que nos escudam com Amor.”

Sofia e João, Pais da Mariana, que vive saudável há seis anos.

Seja através de uma simples frase, de uma fotografia, esperamos que estes testemunhos o inspirem.

E não se esqueça, o caminho do cancro infantil pode ser solitário, mas as crianças com cancro nunca estarão sozinhas.

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