Outras Crianças Como Eu

A tua vida mudou agora e é natural que te possas sentir triste, desanimado e assustado com o futuro. Por vezes podes sentir que ninguém te compreende e que é muito difícil falar sobre esta doença estranha! Se isso acontecer, fala com os teus pais, amigos e com os médicos sobre o que sentes. Falar faz bem.

Vê o exemplo do António, da Vera, do Pedro, e de tantos outros meninos e meninas que estão a passar ou já passaram pelo mesmo que tu, e que decidiram escrever e dizer o que sentiam. Vais ver que ajuda!

O que senti quando descobri que estava doente

“Eu estava furioso, e perguntei-me: “Porquê eu?”. Todas me diziam que eu não tinha culpa.”, António in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

“Não conseguia acreditar. Pensava que era um pesadelo, que ia acordar na manhã seguinte e que ia tudo voltar a ser como dantes, quando ainda não estava doente.”, Vera in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

“Entrei em pânico, não compreendia nada. Não sabia com quem falar ou o que fazer. Felizmente os meus pais estavam ali para me ajudarem.”, Mateus in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

“Falar com os médicos ajudou muito. Responderam a todas as minhas perguntas e encorajaram-me bastante.”, Pedro in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

“Quando soube que estava [doente] a primeira coisa que fiz foi perguntar a mim própria: porquê eu? Pensava que isto me tinha acontecido porque tinha feito alguma coisa mal. Depois quando tudo se tornou numa rotina era sempre: lá vou eu outra vez, não me apetece. Mas teve de ser, calhou me a mim porque talvez eu era capaz de vencer esta guerra e fui, e hoje em dia sou uma pessoa melhor, feliz, e devo muito a muita gente.”, Diana in “Oncologia Pediatrica.org”

As visitas ao hospital

“Antes tinha medo, quando chegava ao hospital para fazer o tratamento. Agora aprendi a controlar-me e a ficar calma.”, Jacqueline in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

“Gostaria de nunca mais ter que sentir este cheiro de hospital. Às vezes sinto-o mesmo a sonhar. E acordo a pensar que estou lá.”, David in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

Quando o cabelo começou a cair

“Prefiro ter efeitos secundários a ter que ver a minha doença a agravar-se.”, Ahmed in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

“O meu cabelo começou-me a cair e a ter peladas. Fui a um dermatologista ele receitou-me uns produtos e já [está] a crescer e já não tenho quase peladas. Já ando mais animado…”, Pedro in “Oncologia Pediatrica.org”

“Cortar o cabelo foi a minha prioridade. Uma vez interiorizada do que se passava, evitava que me caísse… Até fiquei mais gira, vejam só!”, Liliana in “Oncologia Pediatrica.org”

O que faço para me distrair

“Eu ocupo o meu tempo livre a estudar, a ver televisão, a fazer desenhos, a jogar computador, a falar com amigos na Internet, a fazer os trabalhos de casa, a passear, a jogar basquete, a andar de bicicleta, a ir para escola e a ir à catequese.”, Alexandre in “Oncologia Pediatrica.org”

“Eu ocupo o meu tempo a fazer colares, pulseiras, porta-chaves, tudo com missangas, também vejo televisão, e brinco muito com a minha tia.”, Iara in “Oncologia Pediatrica.org”

O que não gosto no tratamento

“Se eu pudesse mudar o tratamento, faria com que não fosse possível cair o cabelo e ter que ficar internada, mas acho que isso é que todos querem. No entanto outra coisa que alterava era que os valores sanguíneos não baixassem tanto, e assim o doente não ficaria tão sujeito às infecções.”, Ana Sofia in “Oncologia Pediatrica.org”

“Inventava um medicamento que não fizesse vomitar.”, Miguel in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

Os meus amigos ajudam-me

“Os meus melhores amigos são a minha família e duas enfermeiras que gostam muito de mim.”, António in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

“Depois de terem sabido da doença, os meus amigos apoiaram-me em tudo, principalmente os meus melhores amigos. Eu ao saber que os melhores amigos me ajudaram, eles ficaram no meu coração. E eles ao saberem da minha doença reagiram muito bem. Obrigado amigos.”, Mário Júnior in “Oncologia Pediatrica.org”

O que mudou em mim

“Acho que a minha doença me ensinou bastante, e que me fez crescer.”, Mafalda in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

“Com esta doença, aprendi a enfrentar os “males” da vida, mas também me fez crescer.”, Ludmila in “Oncologia Pediatrica.org”

A Alimentação

“Detesto quando me marcam um exame, e que só posso comer sopa e iogurte”, Cátia in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

“A alimentação é muito importante durante os tratamentos, embora fiquemos impedidos de consumir determinados alimentos, e a vontade de comer não seja muita devido aos tratamentos, que originam os enjoos. No entanto, devemos tentar sempre comer bem, para assim fortalecer o sangue.”, Ana Sofia in “Oncologia Pediatrica.org”

Há dias em que me sinto feliz

“Tenho muitos dias felizes, não me deixo ir abaixo com os dias chatos. Quando me apetece fazer alguma coisa arranjo sempre maneira de o fazer.”, Gregório in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

O regresso à escola

“Não quero que ninguém saiba que tenho peruca. Com os lenços tão bonitos que a minha mãe me comprou vai passar despercebido.”, Marta in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

Quando penso no futuro…

“Espero curar-me e nunca mais ficar doente.”, Sebastião in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”

“Tenho a certeza que esta doença será vencida.”, Pedro in “Tenho-o, Não o Quero, Não Pedi Nada, Não o Posso Tirar, A Minha Vida Mudou”