O OPCP – Observatório Português dos Cuidados Paliativos publicou recentemente um relatório sobre a evolução dos cuidados paliativos em Portugal entre 2018 e 2022, chamando a atenção para problemas urgentes a resolver.
“Embora exista evolução no número de recursos desta tipologia de cuidados, continua-se com uma cobertura, estrutural e profissional, nacional e na generalidade dos distritos, abaixo do aceitável e preconizado, tanto a nível nacional como internacional, a que acrescem profundas assimetrias, a nível distrital. Esta assimetria, não garante uma abordagem especializada integrada e articulada entre as diferentes valências/equipas, por ausência de uma ou mais valências, sendo um sério obstáculo à acessibilidade a estes recursos como um direito humano e condição nuclear para uma cobertura universal de saúde, lê-se no documento que traz o tema dos cuidados paliativos pediátricos também para discussão.
Cuidados Paliativos Pediátricos melhoram qualidade de vida
Para a SIOPE – European Society for Paediatric Oncology, “a integração precoce de Cuidados Paliativos permite mais tempo para planear e oferecer o melhor suporte para toda a família ao longo do percurso do cancro, seja qual for o resultado do tratamento”. E a mesma organização tem lembrado que é importante “dissociar os Cuidados Paliativos da morte e de os tornar disponíveis para crianças, adolescentes e jovens adultos com cancro desde o início do seu percurso.
Em Portugal, as primeiras equipas de Cuidados Paliativos Pediátricos surgiram nos IPO-Lisboa e IPO-Porto em 2005 e 2009, respetivamente. Sabe-se, com inúmeras evidências científicas a mostrá-lo, que os cuidados paliativos, especialmente quando iniciados precocemente, melhoram a qualidade de vida de crianças e jovens, aumentam a sobrevida e reduzem custos associados à hospitalização. Portanto e, como referido, no relatório do OPCP, deve ser garantida uma cobertura universal.