Um estudo realizado no Hospital Infantil de Berna (Suíça) analisou o impacto do cancro pediátrico no desenvolvimento cognitivo e psicossocial entre o início do tratamento e um ano após a sua conclusão. A investigação incluiu 57 pacientes, com idades entre os 4 e os 16 anos, e destacou a importância de um acompanhamento individualizado para mitigar os efeitos negativos da doença e dos tratamentos.
Declínio das funções cognitivas e saúde mental afetada, entre as principais conclusões:
- Desenvolvimento cognitivo: cerca de metade dos pacientes apresentou um desenvolvimento cognitivo estável ou favorável, enquanto a outra metade registou um declínio nas funções cognitivas, como memória de trabalho e velocidade de processamento.
- Funções psicossociais e qualidade de vida: mais de 50% dos pacientes mostraram uma evolução positiva nas funções psicossociais, incluindo comportamentos pró-sociais. Contudo, cerca de 40% apresentou dificuldades na qualidade de vida, associadas a fatores como relações com pares e saúde mental.
- Fatores de risco: idade jovem no início do tratamento e sexo masculino foram identificados como fatores de risco para pior desenvolvimento cognitivo e dificuldades nas relações sociais.
- Importância dos recursos de proteção: recursos sociais e cognitivos, como apoio familiar e estratégias de resiliência, demonstraram ser fundamentais para atenuar os efeitos negativos do cancro e dos tratamentos.
O estudo reforça a necessidade de intervenções precoces e personalizadas, incluindo treinos cognitivos e apoio psicossocial, para promover o desenvolvimento e a recuperação após o cancro pediátrico. A ligação entre funções cognitivas e psicossociais destaca a importância de uma abordagem integrada para melhorar a qualidade de vida e os resultados a longo prazo.
Fonte: Nature