Um juiz determinou que uma criança de 3 anos com leucemia devia continuar a ser sujeita a tratamentos com quimioterapia depois dos pais terem decidido, sem aconselhamento médico, que o menino ia abandonar os tratamentos.
Noah foi diagnosticado com leucemia este ano, e logo em abril deu início às suas sessões de quimioterapia no All Children Hospital, na Flórida; mas os seus pais, Joshua McAdams, de 27 anos, e Taylor Bland-Ball, de 22, disseram que o tratamento tornou Noah violento e com muitas mudanças de humor.
A mãe de Noah disse à BBC News que, após 10 dias de tratamento, os resultados dos testes feitos por Noah não mostraram sinais de células cancerígenas, pelo que o casal e a criança foram autorizados a sair do hospital.
Segundo Taylor, o casal apenas queria uma segunda opinião médica, algo que, afirma, não foi bem entendido pelo hospital onde Noah começou os tratamentos.
“Eles ligaram-nos mais de mil vezes”, conta Taylor.
Uma semana depois de a família ter faltado á segunda ronda de quimioterapia de Noah, foi dado um alerta pelas autoridades de que a criança se encontrava desaparecida e que os seus pais se haviam “recusado a dar continuidade aos cuidados médicos que a criança precisa”:
Depois que de ter encontrado a família no Kentucky, a polícia retirou Noah aos pais e pô-lo sob custódia dos seus avós.
O advogado da família disse que o casal quer tratar a doença do filho recorrendo à utilização de cannabis medicinal, dieta e vitaminas.
Mas Taylor e Joshua negam estas acusações e garantem que querem conhecer apenas outras alternativas ao tratamento com químicos de Noah.
“Este é um caso onde se está a por em causa o direito que os pais têm de procurar outras opções”, disseram Taylor e Joshua.
Durante o julgamento do casal, o Estado da Flórida chamou dois médicos que argumentaram que a quimioterapia era indispensável para que Noah ficasse curado; por outro lado, os advogados da família da criança pediram a presença de uma familia que defende que a quimioterapia quase matou a sua filha.
No final, o juiz determinou que Noah deve completar mais 28 dias de quimioterapia; após esse período, a criança será reavaliada. Ao mesmo tempo, e caso sejam autorizados pelos médicos, os pais podem fornecer a Noah tratamentos alternativos, como a cannabis medicinal.
“Claro que estamos dececionados, o nosso filho vai ser obrigado a fazer quimioterapia. Mas, felizmente, fomos encorajados a fornecer-lhe tratamentos adicionais. Esperamos que desta forma, o nosso filho fique curado e com o menor número de efeitos secundários possível”.
“Acho muito importante que as pessoas saibam que há outras opções além da quimioterapia. Essa é a mensagem que queremos passar a outros pais de crianças com cancro”, afirmou Taylor.
Fonte: People