O status da doença residual mínima (DRM) descreve a quantidade de células cancerígenas que podem ser encontradas no corpo após o tratamento e pode fornecer informações importantes para o prognóstico e planeamento do tratamento para pacientes pediátricos com leucemia linfoblástica aguda (LLA), explicou o Dr. Michael Pulsipher, responsável da divisão de Hematologia Pediátrica do Intermountain Primary Children’s Hospital and Oncology, diretor da área de Cancro Pediátrico do Huntsman Cancer Institute e presidente da área de Oncologia Pediátrica e Hematologia da Universidade de Utah, nos Estados Unidos.
Dependendo do status da DRM – a DRM negativa significa que não foram encontradas células cancerígenas detetáveis, enquanto a DRM alta indica muitas células cancerígenas restantes – os pacientes podem ou não ter uma maior probabilidade de cura.
Segundo explicou o médico Michael Pulsipher, no caso da LLA, uma DRM negativa num exame realizado apenas um mês após o término do tratamento inicial pode indicar uma grande probabilidade de o doente ficar curado.
“Esses pacientes têm um prognóstico tão bom que se prevê que 98% possam ficar curados. Isso é uma boa notícia e muito reconfortante. Contudo, não significa que não precise de fazer dois anos de terapia”, explicou o médico.
Nestes casos, as probabilidades de cura são excecionalmente altas. E também significa que se pode, numa base experimental, reduzir potencialmente a terapia aplicada ao doente.
“Nestas situações, nos nossos protocolos mais recentes, o que administramos é uma terapia que ajudará a evitar efeitos, por exemplo, na fertilidade, ou neuropsicológicos de longo prazo, o que já é muito bom”, acrescentou.
Por outro lado, quando a DRM é alta no final do tratamento inicial, isso indica que o paciente pode ser de alto risco e poderá ter de receber um tratamento mais intenso, o que aumentará, ainda assim, a sua probabilidade de cura.
O cenário menos favorável ocorre quando o doente termina o primeiro e/ou o segundo mês de tratamento e a sua DRM está alta. Nestes casos, é necessária uma terapia ainda mais intensa, com células CAR-T, por exemplo, ou um transplante. Contudo, mesmo neste cenário, o facto de se saber atempadamente que o paciente é de muito alto risco e de se aplicar o tratamento adequado, pode aumentar de forma significativa a sua probabilidade de cura, concluiu o Dr. Michael Pulsipher.
Fonte: Cure Today