Desde que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia teve início, há já um mês, que quase 3 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia para países vizinhos, como Polónia, Moldávia e Eslováquia.
Entre os milhares de imagens que todos os dias chegam até nós, algumas das mais emotivas são aquelas onde podemos ver crianças doentes abrigadas em hospitais, rodeadas de equipas médicas e das suas famílias que fazem tudo o que podem para lhes continuar a prestar cuidados, mesmo em circunstâncias que se deterioram rapidamente.
Algumas dessas crianças são crianças com cancro que enfrentam agora barreiras adicionais – uma vez que muitas delas se encontram em tratamento, a sua fragilidade é ainda maior, o que exige que permaneçam em ambiente hospitalar, o que vai tornando a evacuação progressivamente mais difícil na medida que existe uma guerra em plena pandemia de COVID-19.
Atentas a estas enormes dificuldades, foram várias as instituições que se movimentaram de forma a ajudar estas crianças e as suas famílias.
A mais proeminente terá sido a St. Jude Global que, em colaboração com a SIOPE e com a CCI Europe (que representa várias organizações nacionais de apoio à oncologia pediátrica), criou a Safer Ukraine, uma plataforma cujos voluntários traduzem registos médicos, coordenam as viagens de partida e gerem a logística do transporte destas crianças através da fronteira.
Para além disso, esta equipa também estabeleceu uma clínica de triagem na Polónia, à qual foi dado o nome de Unicorn Clinic – outrora um hotel, este é agora o local onde os pacientes e as suas famílias podem descansar, comer e dormir, enquanto a equipa médica determina para onde eles serão transportados.
A coordenação de todo este processo, nomeadamente o processo de transporte/evacuação das crianças, é feito essencialmente em articulação com o St. Jude Global, a Heroes Foundation, da Polónia, e a Tabletochki Charity Foundation, da Ucrânia – no total, mais de 20 países disponibilizaram-se para receber estas crianças.
“Ainda existem muitos pacientes na Ucrânia, mas não temos certeza de quantos. Há também um número significativo de pacientes que sabemos que não podem ser transportados, seja porque estão num local inseguro, onde o transporte não é possível, seja porque não têm estabilidade médica para aguentar o transporte”, disse uma fonte do St. Jude Global.
Mas, e para além da Safer Ukraine, existem várias outras plataformas que podem ser apoiadas pela sociedade – é o caso do Ukrainian Childhood Cancer Emergency Fund, um fundo criado pela Childhood Cancer International Europe (CCI Europe) que, claro está, serve para apoiar financeiramente a população de crianças ucranianas afetadas pelo cancro infantil.
Fonte: Fundação Rui Osório de Castro