Foi há 40 anos que o primeiro bebé concebido usando fertilização in vitro (FIV) nasceu. Desde então, as opções de preservação da fertilidade têm vindo a mudar constantemente.
Esse tipo de tratamentos, incluindo fertilização in vitro e inseminação intra-uterina (IUI), tornaram-se mais acessíveis ao longo dos anos, tornando mais fácil para as pessoas terem filhos mais tarde na vida. Mas os efeitos a longo prazo de tratamentos que incluem congelamento de óvulos permanecem praticamente sem serem estudadas, deixando dúvidas sobre o que o seu uso significa para o desenvolvimento infantil.
Um grupo de cientistas dinamarqueses descobriu que crianças concebidas usando embriões congelados têm quase duas vezes e meia mais probabilidade de desenvolver cancro infantil do que outras crianças.
O estudo, publicado no Journal of American Medical Association, analisou 1 085 172 crianças nascidas na Dinamarca, entre 1996 e 2012. Para cada 100 mil crianças concebidas usando embriões congelados, 44,4 desenvolveram cancro infantil.
Mas para cada 100 mil crianças nascidas de embriões que não foram congelados – seja por fertilização in vitro ou conceção típica – apenas 17,5 desenvolveram cancro infantil.
Embora o aumento na probabilidade de desenvolver cancro infantil seja estatisticamente significativo, ainda é um pequeno aumento no risco geral, porque o cancro infantil é muito raro.
Os autores do estudo observaram que uma das maiores limitações do estudo era que os casos de cancro na infância são raros, por isso é difícil tirar conclusões concretas sobre todas as crianças nascidas usando embriões congelados a partir dos resultados.
Este estudo não foi o primeiro a fazer uma conexão entre tratamentos de fertilidade e cancro.
Fonte: The Insider