A crescente preocupação com a disseminação do novo coronavírus, a COVID-19, levou a que os especialistas voltassem a alertar os cuidadores de crianças e jovens acerca a importância da adesão a planos de autogestão da condição crónica apoiada, a partir da segurança de suas casas.
Opções como o uso de dispositivos de monitorização doméstico, a manutenção de consultas médicas regulares e o reforço positivo de prestadores de cuidados e profissionais de saúde são novas maneiras de manter os planos de autogestão a funcionar.
Esta informação, de acordo com uma nova investigação realizada em parceria pelo Royal Hobart Hospital, Universidade de Flinders, ambos na Austrália, e pela Universidade da Tasmânia, é particularmente importante para crianças com condições crónicas, como cancro infantil, asma, fibrose cística, cardiopatia congénita, diabetes e doença mental.
“Pelo que pudemos observar, quer na Austrália quer em outros países espalhados pelo mundo, desde o aparecimento da COVID-19 que existem cada vez menos crianças a deslocar-se até aos hospitais. A preocupação dos cuidadores é muito grande; existe um grande receio de que estas crianças sejam expostas ao vírus”, disseram os investigadores.
Para Nicole Saxby, a principal autora do estudo, tem que haver um maior esforço para capacitar as crianças e as suas famílias a gerenciar ativamente a sua própria saúde.
“Durante os períodos de isolamento, é muito importante que os cuidadores estejam atentos a sinais que indiquem uma deterioração da saúde das crianças; as crianças, sozinhas, não conseguem ter essa noção. Mas para que os pais estejam atentos, é necessário que tenham apoio dos profissionais de saúde”.
A pesquisa resultou num artigo publicado na revista Patient Education and Counseling, que visa fornecer diretrizes fáceis de seguir para práticas seguras e eficazes de autogestão – incluindo metodologia, componentes de assistência e considerações para grupos específicos de desenvolvimento.
“É preciso garantir que crianças com condições crónicas não se tornem vítimas da atual situação”.
As formas pelas quais os serviços de saúde pediátrica podem usar a tecnologia para comunicar e educar as crianças e suas famílias incluem avaliações via internet e conexão digital aos dispositivos de monitorização médica em casa, e-mails frequentes e visitas domiciliares feitas por enfermeiros e profissionais de saúde.
“Durante a crise da COVID-19, também é importante que as crianças e adolescentes com condições de saúde socializem umas com outras pessoas, seja através de redes sociais como o Facebook ou através de redes criadas especificamente para o efeito”.
Para os investigadores, as abordagens de autogestão de condição crónica projetadas para adultos podem não se encaixar nas necessidades de crianças com doenças crónicas, até porque “as crianças não são apenas pequenos adultos”.
“Estas descobertas oferecem aos serviços de saúde e aos profissionais novas informações que podem vir a ser muito uteis na gestão de doenças crónicas infantis”.
Fonte: Medical Xpress