Cisplatina associada à ototoxicidade em doentes oncológicos pediátricos

A cisplatina é um agente quimioterápico eficaz contra vários tumores pediátricos, mas que pode ter como efeitos secundários danos auditivos irreversíveis, com uma incidência de 22% a 70%.

Investigadores do Hospital Pediátrico Riley, nos Estados Unidos, avaliaram a incidência e identificaram fatores preditores clínicos de ototoxicidade (disfunção auditiva provocada pelos tratamentos) com a cisplatina, através de uma avaliação de 102 pacientes pediátricos que completaram a terapia com cisplatina para osteossarcoma (tumor que afeta os ossos), neuroblastoma (tumor que afeta o sistema nervoso simpático) e hepatoblastoma (tipo de cancro que afeta o fígado).

As crianças analisadas apresentavam audição normal antes da terapia e, durante o estudo, os clínicos recorreram a audiogramas utilizando a escala de Brock (0-4), um sistema de classificação validado para perda de audição por cisplatina.

No final da análise, 45% das crianças apresentaram perda auditiva e 28% tinham perda moderada a grave – ototoxicidade. Os meninos tinham um risco significativamente maior de desenvolver perda auditiva em comparação com as raparigas e a idade de diagnóstico de cancro estava inversamente relacionada com a gravidade da ototoxicidade.

A pesquisa permitiu concluir que o género e a dose cumulativa do medicamento são importantes biomarcadores clínicos de ototoxicidade, e que a gravidade desta condição pode ser inversamente proporcional à idade no momento do tratamento, dado que as crianças mais jovens exibem graus mais elevados de perda auditiva após a terapia com cisplatina.

Este artigo foi úlil para si?
SimNão

Deixe um comentário

Newsletter