Uma nova estratégia terapêutica foi utilizada numa criança nos Estados Unidos para combater um tipo raro de cancro na infância, conhecido como carcinoma NUT (CNM). A terapia utilizada retardou a evolução desta doença durante vários meses, para a qual não se conhece nenhum tratamento efectivo.
O autor do estudo, do Instituto de Oncologia Dana Farber, admite que os benefícios apurados na criança tratada surgem como um “poderoso impulso” para tornar a nova terapia disponível nos ensaios clínicos.
Este cancro raro atinge predominantemente crianças e jovens adultos, origina-se frequentemente no peito, mas também pode afectar a região da cabeça ou pescoço, e é muitas vezes confundido com outros tipos de cancro. A taxa de sobrevivência é muito reduzida, dado que, em média, os doentes vivem apenas cerca de nove meses e meio após o diagnóstico.
O carcinoma NUT resulta de uma “translocação” de dois genes de cromossomas diferentes que se unem e dão origem a uma proteína anormal designada por Brd4-NUT. Neste estudo recente, os cientistas chegaram à conclusão que esta proteína torna as células cancerígenas, impedindo as células de se tornarem adultas e estáveis, e mantendo-as num estado de juventude hiperactiva, fazendo com que se reproduzam descontroladamente.
Após aprovação da agência norte-americana que regula o medicamento (FDA), os cientistas testaram um inibidor designado por HDAC (histona desacetilase), que tinha atrasado o crescimento dos tumores em estudos anteriores com animais, numa criança em estado avançado da doença. Foram obtidos resultados positivos, após cinco semanas de tratamento.
A criança não resistiu ao cancro, mas a resposta do organismo deixou os investigadores satisfeitos sobre o potencial do composto. O inibidor utilizado era um fármaco de primeira geração, mas os cientistas estão optimistas quanto à criação de versões futuras igualmente eficazes e toleráveis para os doentes.
Este artigo foi úlil para si?
SimNão
Deixe um comentário
Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.