Cientistas testam nova forma de tratar leucemia mieloide aguda

Investigadores do Children’s Cancer Institute, na Austrália, acreditam ter descoberto o que pode vir a ser uma nova e aprimorada forma de tratar a leucemia mieloide aguda.

Ao contrário da leucemia linfoblástica aguda, o cancro infantil mais comummente diagnosticado, a leucemia mieloide aguda é particularmente difícil de tratar; de uma forma geral, esta doença mostra-se bastante resistente aos tratamentos-padrão.

Ao investigarem, os cientistas chegaram à conclusão que a possível causa para esta resistência estaria nas células estaminais de leucemia; desta forma, conseguiram adotar uma nova abordagem terapêutica que funciona direcionando essas mesmas células.

As células estaminais são células capazes de, não apenas de dar origem a diferentes tipos de células, como também de se replicarem indefinidamente num processo conhecido como autorrenovação.

Se as estaminais do sangue se tornarem cancerígenas, elas conseguem multiplicar-se de forma descontrolada, o que causará leucemia; e, enquanto essas mesmas células permanecerem no corpo de uma criança, o paciente permanece em risco.

“As células estaminais da leucemia têm os seus próprios mecanismos de proteção, um fator que as torna resistentes aos medicamentos oncológicos. Após a quimioterapia, se apenas uma célula estaminal de leucemia estiver viva, pode replicar e a doença voltará”, explicou Jenny Wang, a investigadora principal.

Publicada na revista Cancer Cell, esta nova abordagem de tratamento funciona interrompendo a capacidade de autorrenovação das células estaminais da leucemia. Especificamente, é usado um tratamento com anticorpos (anti-RSPO3) para interferir na interação entre duas moléculas-chave que se pensa conduzirem o processo de autorrenovação.

Ao utilizarem cobaias altamente especializadas, os investigadores descobriram que o tratamento não apenas reduziu acentuadamente a quantidade de células estaminais de leucemia, como também impediu o crescimento de novas células de leucemia.

Por outro lado, é muito importante, a terapia não prejudicou células estaminais saudáveis.

Segundo os investigadores, o melhor de tudo é que esta nova terapia direcionada poderá ter o potencial de substituir tratamentos quimioterápicos intensivos, que causam bastantes efeitos secundários a longo prazo; contudo, ainda são necessários mais estudos e ensaios clínicos em crianças para ajudar a comprovar as afirmações.

“Esta doença é muito difícil de tratar e a taxa de sobrevivência é bastante baixa. Nós precisamos de encontrar uma cura.”

Fonte: News Medical

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