Cientistas sintetizam composto de bactéria marinha com potencial anticancerígeno

Cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, sintetizaram, pela primeira vez, um composto químico denominado aglicona lomaiviticin. Esta acção pode promover o desenvolvimento de uma nova classe de moléculas capazes de actuar e destruir células-tronco cancerígenas. 
O potencial anticancerígeno do lomaiviticin tem despertado a curiosidade de especialistas em todo o mundo, desde que o produto foi descoberto em 2001. No entanto, uma pesquisa da Universidade de Yale foi a primeira a tornar possível a obtenção de uma quantidade significativa do composto, produzido por uma bactéria marinha rara.
  
Seth Herzon liderou a equipa de químicos que criou pela primeira vez a aglicona lomaiviticin, numa pesquisa que abre novas perspectivas de tratamento por quimioterapia, testando procedimentos que possam ter como alvo as células-tronco do cancro.
O cientista salienta a importância deste trabalho, lembrando que “este composto é estruturalmente muito diferente de outros produtos naturais, o que tornou extremamente difícil a sua sintetização em laboratório”.
 
O artigo publicado na revista da Sociedade Americana de Química sublinha que a descoberta contribuirá, em larga escala, para o desenvolvimento de terapias mais específicas para tratamento de vários tipos de tumores, entre os quais a leucemia.
Os especialistas esperam dar um passo determinante num curto espaço de tempo, a fim de avançar em breve para os testes com animais.
 
Herzon assegura que “este é um grande exemplo da sinergia entre a química básica e as ciências aplicadas”, recordando que “a meta original de sintetizar o produto natural” conduziu a equipa para uma descoberta que poderá reflectir um grande impacto “na medicina humana”.
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