Cientistas da Universidade da Flórida Central, nos Estados Unidos, estão a estudar formas de tornar as células de defesa do nosso próprio organismo denominadas por NK (natural killer) mais eficazes para combater cancros pediátricos mortais e melhorar a imunoterapia, aumentando, desta forma, o poder de ação do sistema imunológico contra doenças oncológicas.
Os investigadores pretendem “reforçar” as células NK do organismo. Essas células são a primeira linha de defesa do corpo para o proteger contra infeções virais e outras infeções patogénicas e até mesmo contra doenças malignas. Os cientistas utilizaram tecnologia de nanopartículas e engenharia genética para transformar essas células em verdadeiras “assassinas” das células tumorais.
A tecnologia também está a ser usada para cultivar células NK que estão em testes clínicos para o tratamento de adultos com leucemia. Em estudos recentes, os cientistas avaliaram se a remoção de um dos “travões” moleculares que as células cancerígenas usam para evitar serem mortas – seja através de anticorpos ou de engenharia genética – pode aumentar o poder antitumoral das células NK.
Nos testes laboratoriais iniciais, esta abordagem está igualmente a mostrar resultados promissores na eliminação de linhas celulares de neuroblastoma pediátrico. Crianças com neuroblastoma de alto risco têm uma taxa de sobrevivência em cinco anos de apenas 50%. Estas crianças têm de ser submetidas a tratamentos dolorosos que incluem quimioterapia, terapia com anticorpos e transplantes de medula óssea – metade dos quais falham. Nos testes realizados em laboratório, as células NK mostraram ser capazes de eliminar as células de neuroblastoma pediátrico.
A terapia com células NK é promissora para todos os pacientes com cancro – mas especialmente para crianças com neuroblastoma – porque apresenta muito poucos efeitos colaterais, disseram os investigadores. E as células NK podem ser doadas pela família, amigos ou até mesmo pessoas desconhecidas, sem que as novas células ataquem as células saudáveis do recetor, o que acontece com outros transplantes de células-tronco ou terapias com células T.
Num estudo mais recente publicado no British Medical Journal, a investigadora Alicja Copik mostrou que as células NK melhoradas podem otimizar o desempenho dos tratamentos de imunoterapia contra o cancro que estão atualmente em desenvolvimento.
Fonte: Medical Xpress