Cientistas recorrem à bioengenharia para criar novo alvo terapêutico contra a leucemia

Um estudo conjunto do Centro Infantil de Cancro e Doenças do Sangue, do Instituto de Pesquisa  Saban  e do Instituto de Pesquisa do Hospital Infantil de Los Angeles, identificou a proteína CD19-L, localizada na superfície de determinados glóbulos brancos do sangue, que facilita o reconhecimento e destruição das células de leucemia pelo sistema imunitário. Os investigadores acreditam ter feito uma descoberta revolucionária sobre a forma como o organismo luta contra a leucemia.
O trabalho representa o primeiro relatório de uma versão de bioengenharia de CD19-L, um agente humano recombinante bioterapêutico que actua directamente sobre as CD19-positivas, as células-tronco da leucemia.

A leucemia linfoblástica aguda (LLA) do tipo B é o tipo de cancro mais comum entre crianças e adolescentes e a taxa de sobrevivência é reduzida.

Os investigadores sublinham que são necessárias novas terapêuticas contra a doença, que sejam efectivas a eliminar as células de leucemia resistentes a quimioterapia, sobretudo em pacientes com LLA, mas que, ao mesmo tempo, mantenham as células saudáveis intactas.

A nova proteína descoberta, designada por CD19-L, expressa-se na superfície dos linfócitos T e permite uma ligação selectiva ao receptor CD19 na superfície de células de leucemia de linhagem B, um tipo de células-tronco leucémicas responsáveis pela sobrevivência deste tipo de tumor sanguíneo. A proteína CD19-L consegue ligar-se às células de leucemia, promovendo a apoptose (morte celular) das suas células.

A equipa de cientistas criou uma fórmula rica e pura desta proteína e a mesma não só se ligou apenas às células de leucemia, como também provocou a sua morte no espaço de 24 horas, mesmo no caso das células que se tinham revelado resistentes a tratamentos de quimioterapia e radioterapia.

Entre as vantagens enumeradas pelos cientistas estão a especificidade da CD19-L que sugere uma eficácia significativa como novo alvo terapêutico. Os investigadores esperam conseguir, numa próxima fase, avaliar o novo agente a fim de prever o seu potencial clínico contra a leucemia e confirmar, em estudos pré-clínicos, que a destruição de células da leucemia pode ser alcançada com doses não-tóxicas.


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