Cientistas da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, identificaram um oncogene, ou seja, um gene causador de cancro, responsável pelo glioblastoma, um dos tumores cerebrais com maior taxa de mortalidade.
A descoberta oferece um novo e promissor alvo de tratamento para um cancro que é sempre mortal.
Os investigadores afirmaram que este oncogene é essencial para a sobrevivência das células cancerígenas; sem ele, estas células morrem. Outros estudos já desenvolveram muitas terapias direcionadas para outros tipos de cancro com uma ferramenta semelhante.
“O glioblastoma é um dos cancros mais mortais. Infelizmente, não existe uma opção de tratamento eficaz para a doença. A opção padrão atual, que combina radioterapia com o fármaco temozolomida, tem sido aclamada como sendo um grande sucesso; mas a taxa de sobrevivência continua a ser muito baixa. Ou seja, é urgentemente necessário aumentarmos a nossa comprensao sobre este tipo de cancro e sobre quais os alvos terapêuticos a usar para a combater”, disse Hui Li, um dos principais autores do estudo.
Para os cientistas, o novo oncogene descoberto “promete ser o calcanhar de Aquiles do glioblastoma”.
Os oncogenes são genes que ocorrem naturalmente, mas que ficam descontrolados, causando o aparecimento do cancro; o oncogene identificado pelos cientistas, denominado AVIL, normalmente ajuda as células a manter o seu tamanho e forma. Mas o gene pode ser transformado em overdrive por uma variedade de fatores, descobriram os cientistas; e isso, faz com que as células cancerígenas se formem e iniciem um processo de metastização.
O bloqueio da atividade do gene concluiu a destruição de células de glioblastoma em ratos de laboratório, mas não teve efeito em células saudáveis, sugerindo que direcionar o gene pode ser uma opção de tratamento eficaz.
“O AVIL é superexpresso em 100% das células de glioblastoma e amostras clínicas e é expresso em níveis ainda mais altos nas chamadas células estaminais de glioblastoma, mas dificilmente é expresso em células e tecidos normais. O silenciamento do gene eliminou as células de glioblastoma em cultura e evitou os xenoenxertos de animais, sem afetar as células de controlo normais. Clinicamente, a alta expressão de AVIL correlaciona-se com piores resultados do paciente”.
Fonte: Eurekalert