Um inovador estudo australiano irá tentar explorar a existência de uma ligação entre a quantidade de poluição causada pelo congestionamento do trânsito e o cancro infantil.
O estudo está a ser realizado por cientistas da Universidade de Bristol, na Austrália, e medirá, pela primeira vez, o tipo de minúsculas partículas de poluição de veículos e verificará se elas interferem com os corpos das crianças.
A pesquisa, a primeira do género no mundo, fará testes em mulheres grávidas e em bebés, assim como testes à qualidade do ar em vários locais do mundo.
Bristol, na Austrália, é uma das bases para a pesquisa, juntamente com Bradford, no Reino Unido, Maastricht, na Holanda, Modena, em Itália, e Bangkok, na Tailândia.
A pesquisa está a ser financiada pela organização Children with Cancer UK, e espera explorar a exposição de mães grávidas à poluição do ar relacionada ao tráfego e os riscos para os bebés de desenvolverem cancro nos anos subsequentes ao nascimento; no total, serão doados cerca de 1,1 milhões de euros.
Ao mesmo tempo, os cientistas da Universidade de Bristol também farão parceria com cientistas em Bangkok que irão monitorizar os níveis de poluição e testarão as mães grávidas quanto à exposição à poluição por meio de amostras de urina, sangue e unhas. Todos os bebés nascidos em Bangkok serão analisados em relação ao sangue do cordão umbilical, ao tecido do cordão umbilical, ao tecido da placenta, à urina e ao mecónio para perceber se o ar poluído respirado pelas mães os atinge no útero.
Em seguida, as crianças diagnosticadas com cancro e leucemia em Itália, e noutras cidades europeias, serão testadas para verificar se esses poluentes transportados pelo ar estão presentes nas amostras de sangue e cabelo.
De acordo com os cientistas, o estudo pode vir a provar, de forma conclusiva, que a poluição causada pelos veículos automóveis “envenena as crianças na medida em que pode causar cancro e leucemia nas pessoas a ela expostas”.
“O financiamento que recebemos do Children with Cancer UK fortalecerá bastante a pesquisa sobre a ligação entre poluição causada pelo tráfego e o cancro”, disse James Matthews, o líder da investigação da Universidade de Bristol.
Fonte: Bristol Post