Cientistas britânicos admitem ter identificado a causa genética que, ainda no útero, torna as crianças mais suscetíveis de desenvolver leucemia (tipo de tumor que afeta o sangue).
Investigadores do Instituto de Pesquisa do Cancro do Reino Unido analisaram sequências completas de três biliões de códigos ADN em gémeos idênticos, a fim de identificar o que desencadeia a doença.
Este trabalho recente, publicado na revista PNAS, sugere que uma mutação genética comum, ETV6-RUNX1, pode ser o primeiro passo para tornar as crianças mais propensas a desenvolver leucemia.
Os gémeos estudados pelos pesquisadores tinham, na sua maioria, 4 anos de idade, e apresentavam a forma mais comum de leucemia infantil, a leucemia linfoblástica aguda (LLA), um tipo de tumor que atinge as células brancas do sangue.
Ao comparar amostras de sangue e de medula óssea dos gémeos no final da infância, os cientistas descobriram uma mutação genética idêntica em ambos os gémeos no gene ETV6-RUNX1, cuja mutação, acreditam, deve ter surgido num dos gémeos, quando se encontravam ainda no útero.
Segundo os autores, as células que carregam a mutação propagam-se para o outro gémeo através da circulação sanguínea compartilhada.
Julie Sharp, do Instituto de Pesquisa do Cancro do Reino Unido, sublinha que “esta pesquisa mostra como interessante pode ser o estudo do ADN de gémeos, no sentido em que pode lançar uma luz sobre os erros genéticos que dão início ao cancro em crianças e as consequentes falhas que ocorrem e que permitem ao cancro evoluir”.
“Estudos como este podem revelar novas formas de identificar as raízes do cancro e ajudar-nos a entender melhor de que forma a doença se desenvolve ao longo do tempo. Taxas de sobrevivência têm aumentado significativamente nas últimas décadas graças a novas pesquisas, mas ainda há muito a fazer por melhores tratamentos e com menos efeitos colaterais. “
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