Tumores cerebrais e o novo método de avaliar a sua agressividade

Uma inovadora pesquisa realizada pela Universidade de Birmingham, no Reino Unido, desenvolveu uma nova técnica capaz de avaliar a agressividade de tumores cerebrais infantis.

Financiado pela Children with Cancer UK, pela Action Medical Research e pela The Brain Tumor Charity, o estudo foi o primeiro deste género a ser desenvolvido e permitirá o fornecimento de tratamentos mais personalizados para o cancro cerebral que, no Reino Unido, representam cerca de um terço de todas as mortes por cancro infantil.

Durante 5 anos, foram realizadas biópsias a tumores cerebrais de crianças para que os cientistas pudessem estudar a sua composição química com alta precisão.

Os investigadores descobriram que os níveis de lípidos e glutamina que os tumores continham podiam ser indicadores diretos do quão agressivos seriam os tumores.

Quanto menor a quantidade de glutamina no tumor, menor a agressividade deste; por outro lado, quanto maiores os níveis de lípidos, maior o nível de agressividade tumoral.

O estudo também desenvolveu uma técnica não invasiva para medir, com maior precisão do que os métodos utilizados atualmente na prática clínica, essas concentrações; agora, “os médicos poderão simplesmente colocar os pacientes num scanner de ressonância magnética e realizar uma espectroscopia para determinar os níveis de glutamina e lípidos no tumor”, disseram os cientistas.

A introdução deste método na prática clínica poderá ajudar a aumentar as taxas de sobrevivência de crianças diagnosticadas com cancro cerebral.

De acordo com os investigadores, esta abordagem não invasiva beneficia especificamente pacientes jovens com tumores cerebrais em áreas de alto risco, como o tronco encefálico, que normalmente não podem ser submetidos a uma biópsia, devido à localização sensível do tumor.

Este método “também permitirá aos médicos terem um conhecimento mais preciso acerca da agressividade de cada tumor. Com este conhecimento, os clínicos podem adaptar os tratamentos de forma mais adequada, para que eles não sejam tão tóxicos para as crianças”, lê-se no estudo.

“Acredito que este estudo foi um grande passo para a introdução de um tratamento mais personalizado para pacientes pediátricos com tumores cerebrais”, disse Andrew Peet, líder da investigação e professor de oncologia pediátrica na Universidade de Birmingham.

“Num estágio inicial, o fato de termos uma melhor noção da agressividade dos tumores vai-nos ajudar a garantir que o tratamento tem a toxicidade necessária o que, por sua vez, vai reduzir os efeitos secundários decorrentes do tratamento e melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes”.

Fonte: Universidade de Birmingham

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