Um grupo de cientistas do Instituto Gulbenkian de Ciência, em Portugal, descobriu uma ligação surpreendente entre o esqueleto da célula e tamanho do órgão. A equipa mostra que uma das proteínas que regula o esqueleto da célula também activa genes que promovem a sobrevivência e proliferação celular.
Os resultados desta descoberta, que envolveu moscas da fruta, têm implicações para a investigação do cancro, pois contribuem para o enigma da compreensão de como genes de proliferação são anormalmente activados, promovendo o desenvolvimento e progressão dos tumores.
Durante o desenvolvimento de um embrião, as células proliferam e os órgãos crescem, num processo que é rigorosamente regulado para assegurar que estes não crescem demasiado em relação ao corpo, sendo que um dos reguladores-chave neste processo é o complexo de proteínas de Hippo – identificado pela primeira vez na mosca da fruta Drosophila melanogaster.
A procura por genes análogos descobriu agora um papel semelhante para o complexo de Hippo em mamíferos, através do qual os órgãos crescem mais do que deveriam. Em adultos, esse crescimento anormal e prematuro leva, muitas vezes, leva à formação de tumores.
Neste estudo recente, os cientistas descobriram que o complexo de Hippo é regulado também pelo citoesqueleto (esqueleto da célula), em especial pelas suas proteínas, a proteína actina.
Os pesquisadores recordam que a descoberta mostra, no caso das moscas, que “o citoesqueleto tem de ser muito bem regulado dentro da célula, para impedir o crescimento anormal das larvas”. Neste sentido, como o complexo Hippo também existe nos seres humanos, é possível afirmar que estes resultados fornecem dados sobre o modo como o processo pode ser manipulado em células humanas, a fim de prevenir a formação do tumor, ou bloqueando a sua progressão.
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