Cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, conseguiram descobrir, num estudo publicado na revista Cancer Cell, que uma citocina e um ácido gordo podem desencadear um tipo de morte celular denominada por ferroptose e tornar a imunoterapia mais eficaz contra doenças oncológicas.
Durante esta investigação, foram analisadas culturas celulares e realizadas experiências in vivo em ratos para ver como a libertação de uma citocina de células T, chamada interferão-gama, combinada com ácido araquidónico leva à ferroptose, usando como alvo a enzima ACSL4, que pode tornar o cancro mais sensível à imunoterapia.
A ferroptose ocorre em células tumorais e desempenha um papel na imunidade ao cancro, pelo que compreender como ocorre esta morte celular pode ajudar a tornar os tratamentos imunoterápicos mais eficazes.
De acordo com os cientistas, este mecanismo natural começa quando as células T ativadas libertam interferão-gama, uma proteína de sinalização que está envolvida em respostas antitumorais.
Os dados apurados pelos investigadores mostraram que a combinação do interferão-gama com o ácido araquidónico, um ácido gordo encontrado no microambiente tumoral, ativa a enzima ACSL4, altera o padrão lipídico das células tumorais, e induz naturalmente a ferroptose destas.
O próximo passo é estudar melhor o papel da ferroptose na resposta à imunoterapia e testar o efeito de diferentes ácidos gordos e lípidos alimentares no cancro, avançaram os autores do estudo.
Fonte: Eurekalert