O neuroblastoma é um tipo de cancro que se desenvolve a partir de células nervosas imaturas encontradas em várias áreas do corpo.
Maioritariamente diagnosticado em crianças, o neuroblastoma é um tipo de cancro bastante agressivo e resistente aos tratamentos.
Infelizmente, mesmo depois de serem submetidas a várias terapias, a maioria das crianças diagnosticadas com neuroblastoma de alto risco acaba por falecer num espaço de 5 anos após o diagnóstico; aquelas que sobrevivem, de uma forma geral, sofrem de graves efeitos secundários a longo prazo.
Numa nova investigação, cientistas do Children’s Cancer Institute, na Austrália, tentaram encontrar novas e melhores formas de tratar esta doença e de melhorar as taxas de sobrevivência.
Os resultados revelaram que uma combinação de terapias – composta por CBL0137 e panobinostat – se mostrou altamente eficaz contra o neuroblastoma de alto risco e, inclusive, contra outras formas de cancro infantil agressivo.
O CBL0137 é um composto denominado curaxina, estruturalmente semelhante aos medicamentos anti-malária; já o panobinostat é um novo tipo de composto, conhecido como inibidor da histona desacetilase.
Após alguns testes, os cientistas descobriram que estas duas terapias poderiam funcionar sinergicamente quando usadas em conjunto.
A investigação mostrou que ambas as terapias funcionaram eficazmente quando combinadas, inibindo o crescimento de células cancerígenas, quer em laboratório quer em ratos modificados de forma a desenvolverem neuroblastoma humano de alto risco.
Além disso, em conjunto, estas duas terapias também aumentaram a resposta imunitária do corpo.
“Com esta investigação, descobrimos que a combinação de CBL0137 e panobinostat resultou numa notável supressão de crescimento e numa resposta imune específica do tumor”, disse Michelle Haber, uma das autoras da investigação.
Para Michelle, os resultados foram “muito encorajadores”, uma vez que os cientistas foram capazes de perceber que é possível “o desenvolvimento de um tratamento oncológico que vise especificamente as células cancerígenas, mantendo as células saudáveis intactas, ao mesmo tempo que é capaz de reduzir o número de efeitos secundários”.
Também o investigador Lin Xiao confirmou que “esta combinação pode funcionar bem como um tipo de abordagem imunoterapêutica para o tratamento do neuroblastoma de alto risco”.
“Nesta investigação, conseguimos observar uma regressão tumoral completa e duradoura, com o mínimo de efeitos secundários. Foi uma surpresa e, ao mesmo tempo, um orgulho enorme”.
Para além dos resultados observados em casos de neuroblastoma, os cientistas também descobriram que estas terapias em conjunto foram eficazes no tratamento de outros cancros infantis de alto risco, incluindo algumas formas de cancro cerebral.
Fonte: Tech Explorist