Células cancerígenas aproveitam-se de proteína para sobreviver

A superprodução da proteína BCL-2 deve-se a um defeito no ribossoma, a chamada fábrica de proteínas da célula. Este defeito é encontrado em 10% dos pacientes pediátricos com leucemia de células T.
“Nos últimos dois anos, ficou claro que os defeitos ribossomais desempenham um papel em diferentes tipos de cancro. No caso de um defeito no ribossoma, as células ainda produzem proteínas, mas o equilíbrio entre as quantidades fica desequilibrado, o que pode levar ao aparecimento do cancro”, disseram os investigadores da Universidade KU Leuven, na Bélgica.
Os especialistas foram capazes de delinear a função de promoção do cancro de um defeito num ribossoma específico que tem um impacto grave em pacientes pediátricos com leucemia de células T. Até agora, o impacto deste defeito ribossómico na leucemia de células T nunca tinha sido estudado. 
Se uma célula está muito danificada, devido ao envelhecimento ou doença, existe um sinal específico induz a morte celular. Mas algumas proteínas, incluindo a proteína conhecida como BCL-2, podem deter a morte celular. Devido a um defeito ribossómico, alguns pacientes com leucemia de células T produzem muito essa proteína celular que evita a morte.
Contudo, a superprodução de BCL-2 tem efeitos prejudiciais, pois “as células cancerígenas aproveitam-se da proteína BCL-2, que as ajuda a sobreviver em circunstâncias difíceis, incluindo a quimioterapia”, lê-se no estudo. 
Um medicamento que suprime a BCL-2 já está a ser usado para tratar outro tipo de leucemia, nomeadamente a leucemia linfocítica crónica. E graças a esta pesquisa, os investigadores acreditam que este mesmo fármaco também pode ser usado para suprimir a leucemia de células T com um defeito específico no ribossoma.
Ainda assim, os especialistas acreditam que ainda é muito cedo para falar em “cura”, pois esta nova solução ainda não foi testada em seres humanos. 
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