Cardiotoxicidade associada a pacientes com leucemia mieloide aguda

Pacientes pediátricos com leucemia mieloide aguda que sofreram sintomas de cardiotoxicidade precoce decorrente do tratamento podem apresentar piores taxas de sobrevivência livre de doenças e de sobrevivência global.

Estes dados são o resultado do ensaio Children’s Oncology Group AAML0531 trial.

Na investigação, mais de um em cada 10 pacientes apresentaram cardiotoxicidade durante um acompanhamento de 5 anos e, destes, mais de 70% dos eventos ocorreram durante a terapia no protocolo.

“Os esforços para melhorar os resultados médicos em crianças com leucemia mieloide aguda devem incluir a prevenção e a mitigação da cardiotoxicidade no protocolo”, disse um dos investigadores da Universidade da Pensilvânia, ao The Journal of Clinical Oncology.

“No protocolo deve constar que o tratamento pode não apenas mitigar o impacto da cardiotoxicidade precoce, mas também a cardiotoxicidade tardia, que foi demonstrada por múltiplos investigadores como a principal causa de morbidade tardia e mortalidade não relacionada à recidiva em sobreviventes pediátricos deste tipo de cancro.”

O estudo analisou 1 022 pacientes pediátricos com leucemia mieloide aguda tratados como parte do COG AAML0531. Esta investigação incluiu pacientes com até 30 anos.

Os pacientes foram tratados com infusões intravenosas de daunorrubicina e mitoxantrona; a cardiotoxicidade foi definida como disfunção sistólica ventricular esquerda de grau 2 ou superior, com base nos critérios de terminologia comum para este tipo de eventos.

A cardiotoxicidade foi relatada em cerca de 12% dos pacientes no espaço de 5 anos que durou o estudo; 71% desses eventos foram documentados pela primeira vez durante a terapia que constava no protocolo.

O tempo médio para o aparecimento da cardiotoxicidade foi de 4,3 meses.

A cardiotoxicidade documentada no protocolo foi significativamente associada à subsequente toxicidade não protocolar.

“A diminuição observada nas taxas de sobrevivência livre de doenças, e na sobrevivência global, reforça a necessidade de compreender os fatores de risco de cardiotoxicidade e desenvolver estratégias de prevenção eficazes”, explicaram os cientistas.

“Este é um estudo importante que acrescenta novas informações para uma população de pacientes de alto risco para os preditores precoces da disfunção ventricular esquerda induzida por antraciclina a longo prazo. Baseia-se no que já é conhecido sobre este problema e fortalecendo os avisos feitos previamente, permitindo que novos ensaios clínicos sejam feitos para que se estudem intervenções para prevenir este problema”, disse David Freyer, profissional e investigadores do Hospital Infantil de Los Angeles.

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