Cancro infantil: taxas de sobrevivência estão dependentes do país onde a criança é diagnosticada

Agosto é proclamado como o “Mês da Saúde da Criança”, que abrange uma ampla gama de tópicos ou características que são cruciais para o desenvolvimento de uma criança, incluindo comportamento cognitivo, estabilidade emocional, ambiente doméstico saudável e bem-estar.

Todos os anos, cerca de 400 mil crianças e adolescentes com idades entre os 0 e os 19 anos são diagnosticadas com cancro, sendo esta doença a principal causa de morte deste grupo de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde.

A probabilidade de sobreviver a um diagnóstico de cancro infantil varia de acordo com o país: em países desenvolvidos, mais de 80% das crianças com cancro ficam curadas, enquanto em muitos países pobres e em desenvolvimento, esse valor desce para menos de 30%. Esta discrepância deve-se, na maioria dos casos, a atrasos no diagnóstico, incapacidade de obter um diagnóstico preciso, terapia inacessível, descontinuação do tratamento e recidiva evitável.

Candice Hendricks, hematologista pediátrica e criadora do LMAS, uma plataforma online que tenta desmistificar o cancro e outras doenças do sangue, acredita que é necessário melhorar as taxas de deteção do cancro infantil.

“As crianças nunca reclamam de nada, por isso temos que estar muito atentos aos pequenos sinais. Infelizmente, em muitos casos, as crianças com cancro são erradamente diagnosticadas e tratadas para outras condições o que faz com que, quando aa doença oncológica é descoberta, geralmente é tarde demais. É por isso que precisamos de educar as pessoas nesta área, para que elas possam reconhecer os primeiros sinais e sintomas de cancro”, defende a médica.

Candice dá o exemplo do linfoma que, frequentemente, apresenta os mesmos sintomas da tuberculose, uma doença ainda comum em países pobres e que leva, muitas vezes, a um falso diagnóstico inicial.

“É por isso que defendemos uma ampla consciencialização sobre a deteção e a educação do cancro na primeira infância, não apenas ao nível hospitalar, mas também em casa, para que talvez os pais também possam perceber quando algo está errado com os seus filhos e assumir a responsabilidade de exercer o seu direito à assistência médica”.

“As taxas de deteção para adultos são obviamente mais altas do que para crianças, porque os adultos podem falar sobre qualquer desconforto que sintam, enquanto as crianças com menos de 3 anos não podem comunicar a sua dor, por isso devemos estar muito mais vigilantes e atentos aos sinais”.

Fonte: IOL

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