Cancro infantil: taxas de sobrevivência estão a melhorar, mas ainda há muito por fazer

“O seu filho tem cancro” são as 5 palavras que todos os pais mais temem.

Nenhum progenitor pensa que o seu filho poderá ser diagnosticado com uma doença potencialmente fatal. As primeiras semanas após o diagnóstico são muito difíceis, com as emoções a oscilarem entre o medo, a ansiedade, a negação, a culpa, a raiva e a depressão.

A causa desta doença permanece um mistério médico. Apesar de décadas de investigação, ainda não existem evidências concretas da causa do cancro infantil. A maioria dos cancros infantis é quase sempre causada por uma mutação aleatória do ADN, sendo que os defeitos genéticos hereditários são os responsáveis por menos de 10% dos casos de cancro infantil.

De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde, todos os anos, aproximadamente 400 mil crianças, com idades entre os 0 e os 19 anos, são diagnosticadas com cancro.

A leucemia é o tipo de cancro infantil mais comummente diagnosticado, afetando cerca de 30% das crianças – os outros tipos de cancro mais comuns são os linfomas, o neuroblastoma e os tumores cerebrais.

De acordo com especialistas, ao contrário do cancro diagnosticado em adultos, a maioria dos cancros infantis são tratáveis e têm uma alta taxa de sobrevivência.

Vinod Gunasekaran, oncologista pediátrico no Kauvery Hospital, na India, afirma que a maioria dos cancros infantis responde melhor ao tratamento porque as crianças, de uma forma geral, não têm muitos outros problemas de saúde, o que já não acontece com os adultos.

Durante o processo de tratamento, os pais podem e devem procurar a ajuda de vários grupos de apoio que podem ajudar os progenitores a lidar com vários tipos de preocupações, desde problemas psicológicos como financeiros.

“É importante referir que o diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento eficaz e que aumenta a probabilidade de sobrevivência”.

Mais, “embora este seja um momento de muito stress para os pais, é fundamental apoiar a criança com um regime de cuidados e tratamentos personalizados. O cancro infantil é uma doença que exige muita consciencialização, empatia e apoio”, diz o médico.

O diagnóstico precoce inclui o conhecimento dos sintomas pelas famílias e pelos profissionais de cuidados primários, avaliação clínica oportuna, determinação da extensão da disseminação do cancro e tratamento imediato – febre prolongada, problemas oculares, tonturas, perda de equilíbrio, perda de peso inexplicável, dor óssea e hematomas são alguns dos sintomas que devem ser tidos em consideração.

De uma forma geral, os tratamentos mais comummente utilizados são a cirurgia, a quimioterapia, a imunoterapia, o transplante de células estaminais e a radioterapia.

Os tratamentos costumam durar entre 6 meses a 2 anos, sendo os medicamentos administrados em intervalos regulares com base em protocolos disponíveis em instituições padrão e a quimioterapia administrada ao longo do tempo para curar a doença. Especialistas opinam que o acesso a centros de tratamento e a acessibilidade são fatores importantes na taxa de sobrevivência de crianças com cancro.

“Para tratar o cancro, temos de ter um forte sistema de apoio. A criança não pode ser tratada por uma única pessoa, são necessárias equipas especializadas e multidisciplinares”.

Os especialistas pedem também que a população tem que perder o medo desta doença, uma vez que “o cancro não é uma doença contagiosa”.

“Temos que ter menos estigmas e mais compaixão. Precisamos de ser mais carinhosos e compreensivos com estas crianças, que são uns verdadeiros heróis”.

Fonte: The News Minute

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