Cancro infantil: taxas de sobrevivência aumentaram nas últimas décadas

Segundo um estudo publicado na revista JAMA Oncology, a taxa de sobrevivência de crianças e adolescentes diagnosticados com cancro aumentou significativamente nas últimas três décadas.

Os resultados surgiram após investigadores da Universidade de Harvard, do St. Jude Children’s Research Hospital, nos Estados Unidos, e de outros países terem desenvolvido um modelo de simulação de riscos concorrentes de mortalidade, para estimar a expetativa de vida a 5 anos de sobreviventes de cancro infantil, diagnosticados entre 1970 e 1999.

Foram usados dados do Estudo de Sobreviventes de Cancro Infantil, onde 44% dos inscritos são do sexo feminino e 56% do sexo masculino, com uma idade média de 7,3 anos na altura do diagnóstico.

O modelo incluía recidiva tardia, efeitos tardios decorrentes dos tratamentos, (como cancros secundários, acidentes cardiovasculares, condições pulmonares e outros) e taxas de mortalidade norte-americanas.

Durante as três décadas estudadas (1970, 1980 e 1990), a proporção de sobreviventes tratados apenas com quimioterapia aumentou de 18% em 1970-1979 para 54% em 1990-1999.

O estudo mostrou que as novas abordagens de tratamento foram as responsáveis pela elevação da expetativa de vida, embora os sobreviventes permaneçam em risco de vida útil mais curta.

De acordo com o relatório, hoje em dia, mais de 80% das crianças e adolescentes diagnosticados com cancro sobrevivem, pelo menos, 5 anos. No entanto, estes sobreviventes também são muito mais propensos a enfrentar sérios problemas de saúde e morte prematura enquanto adultos.

“Embora as nossas descobertas sugiram que a sobrevivência a longo prazo tenha melhorado, os sobreviventes adultos de cancro infantil permanecem em risco de ter uma vida útil reduzida”, disseram os cientistas.

Segundo os autores do estudo, as descobertas destacam a necessidade de novas abordagens terapêutica.

Os investigadores também alertaram para o cuidado entre os sobreviventes já adultos, aconselhando que estes deveriam ter um acompanhamento mais cuidado e que é necessário monitorizar os seus comportamentos de risco, especialmente porque entre todos os grupos estudados, a mortalidade precoce foi impulsionada principalmente por novos diagnósticos de cancros e problemas cardiovasculares.

“Embora tenhamos percorrido um longo caminho desde os primeiros tratamentos de oncologia pediátrica, o nosso trabalho está longe de estar completo”, escreveram os médicos.

Fonte: UOL

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