Investigadores descobriram que a expressão de um gene associado ao envelhecimento é maior em pacientes jovens com cancro, após estes terem sido sujeitos a tratamentos de quimioterapia, e em sobreviventes de cancro infantil com uma saúde fragilizada.
O estudo, publicado na revista especializada CANCER, examinou os efeitos do cancro e das suas terapias no processo de envelhecimento.
Pesquisas anteriores mostraram que uma proteína chamada p16INK4a, que retarda a divisão celular, é produzida em níveis mais elevados à medida que as pessoas envelhecem.
Ao usar a expressão do gene que codifica p16INK4a como um marcador de idade, a equipa de pesquisa examinou as células imunitárias que circulam no sangue de jovens sobreviventes de cancro infantil e de crianças e adolescentes recém-diagnosticados com cancro.
“Uma maior expressão de p16INK4a em linfócitos do sangue periférico foi descrita em adultos mais velhos após a quimioterapia, mas antes deste estudo, não existiam quaisquer informações sobre sobreviventes jovens”, disse o autor principal do estudo, Andrew Smitherman, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
Para o investigador, a importância deste estudo é bastante elevada, uma vez que os cientistas tentaram “compreender os mecanismos biológicos subjacentes às manifestações do envelhecimento precoce nesta população”.
Primeiramente, os cientistas analisaram células de 60 sobreviventes de cancro infantil, que foram comparadas com as células de 29 indivíduos da mesma idade, mas sem historial clínico de doença oncológica.
Os resultados mostraram que a expressão do gene que codifica para p16INK4a foi maior na população de sobreviventes, o que representou um envelhecimento de cerca de 25 anos; desta população, faziam parte 9 sobreviventes com uma saúde bastante debilitada e que tinham um nível de expressão mais alto em comparação com sobreviventes cuja saúde não estava tao débil; para estes 9 sobreviventes, que não eram frágeis, os cientistas observaram um envelhecimento de cerca de 35 anos.
Os cientistas também descobriram que entre as nove crianças e adolescentes que participaram do estudo, e que haviam recebido um diagnóstico recente de cancro, a expressão foi maior após o tratamento com quimioterapia do que antes do tratamento.
Os cientistas observaram que a expressão elevada de p16INK4a como um marcador de envelhecimento pode ajudar a identificar sobreviventes de cancro em risco de desenvolver fragilidade ou incapacidade funcional.
“Além disso, a expressão de p16INK4a pode ser útil como uma medida para estudar os tratamentos que visam mitigar os efeitos do envelhecimento precoce do tratamento do cancro”.
Fonte: Daily Mail