As taxas de incidência do cancro infantil, a nível mundial, têm vindo a aumentar desde a década de 1980.
Por isso, investigadores da Universidade do Minnesota, nos Estados Unidos, estudaram crianças com menos de 5 anos para tentarem entender as tendências que ocorrem, ao nível da oncologia pediátrica, em pessoas dessa faixa etária, ao redor do mundo.
As descobertas foram publicadas na revista JNCI Cancer Spectrum.
A International Agency for Research on Cancer, parte integrante da Organização Mundial da Saúde, recolhe informações detalhadas sobre o número de casos de cancro que ocorrem globalmente em crianças e adultos.
Os cientistas analisaram dados de países individuais em 15 categorias sub-regionais para comparar as tendências nas taxas de cancro para 11 tipos diferentes de cancro pediátrico, entre 1988 a 2012.
O estudo descobriu que, em crianças com menos de 5 anos, as taxas de cancro aumentaram para a leucemia infantil, neuroblastoma e hepatoblastoma.
O hepatoblastoma, um tumor hepático raro, teve o maior aumento na incidência em 11 de 15 regiões (os aumentos variaram de 1,9 a 6,5 por cento ao ano); a incidência deste tipo de cancro aumentou em todas as regiões, exceto no sul asiático.
Por outro lado, os tumores astrocíticos no cérebro foram o único cancro cuja incidência diminuiu ao longo deste período de tempo.
“Observámos pequenos, mas significativos aumentos nas taxas de vários tipos de cancro infantil em países desenvolvidos”, disseram os investigadores.
“Embora nossa pesquisa sugira que o hepatoblastoma é o cancro que mais tem aumentado em crianças com menos de 5 anos, a verdade é que este é um cancro muito raro”, disse Jenny Poynter, outra das investigadoras que ressalvou que, infelizmente “os dados são muito escassos para dizer se esse padrão também existe em países menos desenvolvidos.”
Os investigadores afirmam que serão necessárias mais pesquisas para que as causas do hepatoblastoma possam ser melhor entendidas.
Fonte: Medical Xpress