Sobreviventes de cancro infantil do sexo feminino, com idades entre os 25 e os 35 anos, que tenham sido submetidas a um rastreio anual por ressonância magnética, com ou sem mamografia, reduziram o seu risco de mortalidade por cancro da mama, de acordo com os resultados de um estudo realizado pelo Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos.
A principal autora do estudo, Jennifer Yeh, professora de pediatria na Harvard Medical School e investigadora no Hospital Infantil de Boston, afirmou que várias sociedades médicas – incluindo a American Cancer Society – recomendam que sobreviventes de cancro infantil do sexo feminino iniciem o rastreio de cancro da mama mais cedo do que os seus pares mais saudáveis.
No entanto, lê-se no artigo publicado no Annals of Internal Medicine, “menos de 50% das sobreviventes em risco são submetidas aos rastreios recomendados”.
Para piorar a situação, a investigadora deixa também o alerta de que “os médicos que cuidam de sobreviventes adultos geralmente não estão familiarizados com as diretrizes de vigilância”.
Jennifer, juntamente com os seus colegas, construiu diferentes modelos para estimar os benefícios clínicos e os malefícios do rastreio precoce de cancro da mama em sobreviventes de cancro infantil, utilizando dados do Childhood Cancer Survivor Study.
Os investigadores descobriram que, entre as mulheres que não haviam sido examinadas, o risco de mortalidade por cancro da mama ao longo da vida das sobreviventes diagnosticadas com cancro infantil entre 1970 e 1986 e tratadas com radioterapia foi de 10% a 11% nos diferentes modelos.
Ao compararem os dados com os de sobreviventes que não tinham feito rastreio, os cientistas descobriram que, a partir dos 25 anos, a mamografia anual com ressonância magnética impediu 56% a 71% das mortes; já a ressonância magnética sem mamografia impediu 56% a 62% das mortes.
“As nossas descobertas destacam a importância da ressonância magnética na redução das mortes por cancro da mama entre mulheres jovens previamente expostas à radioterapia em crianças”.
Para os cientistas, a identificação de políticas e intervenções eficazes para reduzir as barreiras ao rastreio devem ser uma prioridade para os formuladores de políticas, a fim de garantir cuidados abrangentes e coordenados para sobreviventes de alto risco.
Fonte: Healio