Investigadores da Florida State University (EUA) mostraram, num trabalho publicado na revista Bioactive Materials, a possibilidade das células “Natural Killer” serem reforçadas para melhorar a capacidade de atacarem um cancro cerebral pediátrico raro.
“As células NK (Natural Killer) são os polícias do corpo. Patrulham o corpo e reconhecem vírus, bactérias e outros agentes patogénicos, bem como células cancerígenas. O nosso objetivo é aumentar a quantidade e a qualidade destas células, tornando-as mais potentes na sua capacidade de combater o cancro”, refere o Professor Qing-Xiang “Amy” Sang, do Departamento de Química e Bioquímica da mesma universidade.
Testada capacidade das células NK contra tumor rabdóide maligno
Investigações anteriores examinaram a eficácia destas células como terapia, mas este é o primeiro estudo a testar a capacidade das células NK para destruir uma variedade específica de cancro conhecida como tumor rabdóide maligno. Embora seja uma doença rara, é responsável por 20% de todos os tumores do sistema nervoso central em crianças com menos de três anos. “Trata-se de uma grande necessidade clínica não satisfeita”, afirmou Sang. “Ainda não dispomos de uma terapia padrão e otimizada para crianças com cancro, especialmente para crianças com cancro cerebral”.
Os investigadores derivaram células NK a partir de células estaminais pluripotentes induzidas pelo homem – células da pele ou do sangue que foram reprogramadas para um estado semelhante ao embrionário e que não apresentam risco de rejeição pelo sistema imunitário do doente. Os investigadores também melhoraram a qualidade imunitária destas células, utilizando diferentes proteínas para as estimular a ter uma maior eficácia.
Imunoterapia mais segura e mais eficaz
“Estas descobertas abrem caminho para o desenvolvimento de uma imunoterapia mais segura e mais eficaz para crianças com cancro cerebral”, afirmou Sang. E, embora seja necessário mais trabalho para desenvolver uma terapia “pronta a usar” para doentes com cancro, a investigação mostra que estas células podem ser a base de futuros medicamentos para tratar tumores cerebrais pediátricos.
Fonte: Medical Xpress