Cancro cerebral pediátrico com impacto negativo no desempenho escolar

Raymond Mailhot, professor associado de oncologia por radiação na Universidade da Flórida, juntamente com colegas da Faculdade de Medicina e da Faculdade de Educação da Universidade da Flórida, investigou o desempenho escolar de sobreviventes de cancro cerebral pediátrico.

O estudo mostra que estes alunos têm piores resultados e uma maior probabilidade de repetirem o ano. As conclusões, publicadas em setembro de 2024, no International Journal of Radiation Oncology, mostram ainda que estas pessoas têm 21 vezes mais probabilidades de receber ajuda para fazer os testes na escola.

O interesse pelo tema começou quando Mailhot visitou um jovem doente com diagnóstico de cancro no cérebro. Os tratamentos mostravam-se eficazes e a perspetiva era de sobrevivência, mas a preocupação começava depois do hospital, em casa e na escola. “A história dele fez-me realmente querer aprofundar o desempenho escolar dos sobreviventes”, disse. “Descobrimos que os sobreviventes tinham o dobro das probabilidades de serem retidos e tinham um desempenho significativamente pior nos testes estatais de matemática em comparação com os seus pares”.

Embora raro, o cancro do cérebro é o tipo mais comum de tumor sólido que afeta crianças e jovens. Os tratamentos avançados permitem que a grande maioria sobreviva, mas a interrupção da terapia e os efeitos diretos do tratamento no cérebro conduzem a défices cognitivos na maioria dos sobreviventes, e pouco se conhecia sobre como estes efeitos cognitivos se revelariam no sucesso escolar.

Com apoio financeiro do Departamento de Saúde da Flórida e os registos escolares fornecidos pelo Departamento de Educação, os investigadores puderam medir os resultados escolares de antes e depois do diagnóstico de cancro dos doentes, percebendo melhor os efeitos do tratamento e do tempo passado fora da escola.

“Todos querem que estas crianças sejam bem-sucedidas – cuidadores, clínicos e educadores”, afirma Mailhot, “Se formos capazes de informar melhor sobre os desafios que estas crianças enfrentam na escola, podemos ser mais intencionais no entender quais os recursos curriculares necessários para que cada criança seja bem-sucedida”.

Fonte: MedicalXpress

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