Durante os primeiros 9 meses da pandemia COVID-19, investigadores não encontraram uma diferença significativa no número de novos diagnósticos de cancro em crianças canadianas em comparação com o período anterior à pandemia.
Publicados no Canadian Medical Association Journal, “os resultados sugerem que entre as crianças no Canadá, o diagnóstico de cancro não foi atrasado durante a pandemia, ao contrário dos resultados descritos em estudos anteriores”, explicou a oncologista Marie-Claude Pelland-Marcotte, da Université Laval, no Canadá.
Evidências de países como o Reino Unido e os Países Baixos mostraram uma redução de até 50% na incidência de cancro após março de 2020, e outros estudos encontraram reduções em novos diagnósticos de cancro, visitas e cirurgias.
Usando dados do registo Cancer in Young People in Canada, que contém dados de todos os 17 centros canadianos de hematologia-oncologia pediátrica, a investigação incluiu todos os pacientes que, entre março de 2016 e novembro 2020, tinham menos de 15 anos de idade aquando do diagnóstico de doença oncológica.
Os autores compararam as taxas antes e durante a fase inicial da pandemia (março a novembro de 2020).
“Não observámos diferenças significativas na proporção de pacientes”, disseram os cientistas.
Ainda assim, tendo em conta que apenas foram analisados os primeiros 9 meses da pandemia, os investigadores alertam que pode haver mudanças adicionais na deteção do cancro e nos resultados a longo prazo.
“Embora estes resultados sejam tranquilizadores, a vigilância contínua é necessária para determinar os potenciais efeitos negativos de longo prazo da pandemia COVID-19 entre crianças com cancro”, concluíram os autores.
Fonte: News Medical