Um projeto que envolve cães de assistência e que existe desde 2022 na Ala Pediátrica do Hospital São João, no Porto, passou agora a integrar também o serviço de Oncologia Pediátrica da unidade hospitalar. O anúncio foi feito pela diretora do serviço, Maria Bom-Sucesso, em declarações à Lusa.
As crianças recebem visitas das equipas da Ânimas, uma associação que forma cães de assistência. “Chegou agora a vez das crianças com doenças oncológicas”, destacou a responsável.
A intervenção de cães de assistência junto de crianças nestas condições já existe noutros países, com “bons resultados e sem riscos”, destacou a responsável, sublinhando que há “segurança”, o que é “importante” para quem trabalha diariamente com os utentes.
O “entusiasmo” verificado nas crianças sempre que nos corredores do hospital se cruzavam com os cães ajudou à decisão, revelou Maria Bom-Sucesso. “Percebemos que não podíamos negar-lhes um contacto mais próximo e que fazia todo o sentido avançar para esta solução”, explicou a oncologista.
Para já com caráter semanal, a primeira visita foi feita pela dupla Catarina Cascais, tutora, e pelo Zazu, um golden retriever de dois anos. “O facto de ter acontecido apenas agora prende-se com [a necessidade de garantir] o máximo de bem-estar para as crianças, não havendo o mínimo risco para os utentes. Os nossos animais são sempre higienizados entre crianças, há um cuidado muito maior”, esclareceu a tutora.
A cadela Heartie, da raça Border Collie, tem um ano e faz dupla com Abílio Novais, e a Tika¸ uma labrador retriever de três anos, que faz dupla com Sílvia Peça, serão as próximas presenças nas semanas que se seguirão para acompanhar as crianças em tratamentos de quimioterapia e radioterapia. As visitas duram entre 45 minutos a uma hora e, para já, terão apenas a visita de uma dupla por o espaço ser pequeno.
O projeto “faz a diferença para as crianças, familiares e profissionais”, referiu Maria Bom-Sucesso, sublinhando que a presença dos cães de assistência contribui para “diminuir o stress, a ansiedade e até a dor, quando são utilizados para esse propósito”.
O contacto entre cães e crianças também pode ajudá-las a lidar melhor com o sofrimento e situações mais difíceis.
Fonte: Lusa/Saúde Mais