No Brasil, o Instituto Desiderata, que atua em 7 unidades hospitalares do Rio de Janeiro, desenvolveu um projeto de humanização e ambientação de locais de tratamento para crianças e adolescentes afetados pelo cancro infantil.
Apelidados de ‘aquários’, os espaços procuram acolher da melhor maneira possível a população infantil que recebe tratamento contra o cancro.

Uma das salas criadas por este projeto. – Fonte: DR
“A experiência do tratamento com exames de longa duração, procedimentos invasivos e quimioterapia pode causar mal-estar, traumas e doenças psicológicas neste grupo de pacientes, que estão em fase de desenvolvimento físico e psicológico”, disse Laurenice Pires, uma das responsáveis pelo projeto.
“Por isso, e devido à quantidade de tempo que as crianças passam no hospital, decidimos humanizar os ambientes que elas frequentam”.
Todas as salas de quimioterapia e de exames foram redesenhadas visualmente para lembrar o fundo do mar. As paredes, agora coloridas, foram decoradas com peixes e plantas aquáticas, e os equipamentos são personalizados para parecerem submarinos; na sala, predominam as cores frias, como o azul, com o objetivo de trazer calma aos pacientes.
A ideia surgiu após um longo processo de pesquisa para se compreender qual era a melhor forma de criar um ambiente que trouxesse segurança e tranquilidade para às crianças e adolescentes com cancro infantil.

Os médicos vistos da perspetiva da criança. – Fonte: DR
“Às vezes, até os pais comentam que preferem o ambiente do aquário”, conta a psicóloga Juliana Mattos, que acredita que este projeto “auxilia no processo terapêutico.”
A psicóloga enfatiza também que a sinceridade é a melhor maneira de lidar com crianças diagnosticadas com cancro; Juliana diz que a compreensão da criança e do adolescente sobre a necessidade dos exames e processos realizados é essencial: “quanto mais desconhecido o procedimento for para o paciente, mais ele irá resistir”.
Quando as crianças são muito pequenas, a psicóloga utiliza a técnica da ‘brinquedoterapia‘, uma estratégia que utiliza brinquedos da própria criança para a desmistificação do tratamento.
Fonte: Razões para Acreditar