A mãe de Bradley Lowery, o menino inglês que lutou contra um cancro e que emocionou milhões de pessoas em todo o mundo, falou sobre como tem lidado com a dor de perder um filho.

Bradley e a sua mãe, Gemma. – Fonte: DR
Desde a morte de Bradley, Gemma criou uma fundação que pretende apoiar crianças que, tal como o seu filho, foram confrontadas com um diagnóstico de cancro; é desta forma que Gemma continua a honrar o legado de Bradley, uma promessa que fez após a morte do menino.
Numa entrevista à estação televisiva ITV, a mãe de Bradley confessou que, apesar do triste desfecho, não consegue deixar de ficar feliz por saber que, nos seus últimos meses de vida, o menino teve experiências inesquecíveis, como aquelas que o futebolista, e amigo da família, Jermain Defoe, lhe proporcionou.

O futebolista Jermaine Defoe tornou-se um dos grandes apoios da família Lowery. – Fonte: Owen Humphreys
“Conseguir viver sabendo que o nosso filho não vai sobreviver, é horrível. Ver o nosso filho a morrer é horrível. Mas viver todas estas experiências sob o olhar da população mundial foi algo ainda mais intenso e assustador”, disse Gemma.
“Eu chorava todos os dias e todas as noites, mas sempre longe do Bradley. Quando a nossa história se tornou publica, tive de aprender a chorar longe de todas as pessoas, e não só do meu filho. Quando saía de casa, quase que punha uma máscara para que ninguém percebesse a dor que eu sentia por dentro”.
Quando foi informada de que Bradley não sobreviveria ao cancro que lhe foi diagnosticado, um neuroblastoma que acabou por lhe tirar a vida em 2017, a família decidiu criar memórias especiais com e para o menino.
Bradley tornou-se numa espécie de mascote do seu clube de futebol preferido, o Sunderland, e tornou-se amigo do seu grande ídolo, Jermaine Defoe, que se tornou uma presença quase diária na vida da criança.

Sempre que podia, Bradley assistia aos jogos do Sunderland para poder ver o seu melhor amigo. – Fonte: DR
“Para além de ser a mascote do Sunderland, o Bradley tinha sempre milhares de pessoas a gritar o nome dele. Quantas pessoas podem dizer o mesmo?”.
“É engraçado, porque ele sabia que era muito conhecido, e adorava isso. Ele perguntava-me sempre: ‘Mamã, sabias que eu sou famoso?’”, conta Gemma, com um sorriso nos lábios.
“É bom recordar estes momentos. Fico tão feliz por as ter, apesar de tudo… É um sentimento amargo, pois, se por um lado, dava tudo para ainda estar ao lado do meu filho, por outro, fico feliz por ele ter partido com tantas memórias boas”.

A foto que comoveu o mundo. – Fonte: DR
Atualmente, a Fundação Bradley Lowery ajuda cerca de 20 crianças com cancro e as suas famílias. Para além de já ter doado milhares de euros para a pesquisa sobre o neuroblastoma e de promover campanhas para a criação de novos medicamentos, a fundação irá agora dar inícia à construção de uma casa que que acolha crianças com cancro de todo o Reino Unido.
“Este é o legado do meu filho. Onde quer que ele esteja, só quero que ela tenha orgulho no trabalho que eu, e todos aqueles que fazem parte da fundação, fizemos e estamos a fazer”.
Fonte: AOL UK