A revisão da legislação, a criação de estruturas dedicadas e de modelos de incentivos adequados serão os pontos fortes de um grande incremento na área dos ensaios clínicos em Portugal, segundo as conclusões do estudo “Ensaios Clínicos em Portugal”, promovido pela APIFARMA e realizado pela empresa PricewaterhouseCoopers.
Os números e resultados da pesquisa foram conhecidos esta semana durante a conferência “Investigação Clínica em Portugal – Desafios e Constrangimentos”, em Lisboa – a primeira de um ciclo organizado pela APIFARMA, sob o tema “Saber Investir, Saber Inovar” – e indicam que a adoção de medidas firmes e direcionadas podem dar um novo rumo à viabilidade e efetividade dos ensaios clínicos em Portugal, gerando receitas que podem chegar aos 143 milhões de euros já em 2015.
O relatório confere um papel de destaque às farmacêuticas e laboratórios multinacionais na promoção dos ensaios clínicos em território nacional, com um total de 36 milhões de euros investidos no ano passado nesta atividade, tendo gerado, segundo os dados de empregabilidade no mesmo período em análise, mais de 1 000 postos de trabalho.
Os valores apurados, segundo o estudo, terão contribuído ativamente para um recuo de 3,5 milhões de euros nos encargos do Estado com medicamentos e meios complementares de diagnóstico.
A redução do período de tempo e burocracias entre a submissão do pedido de ensaio e o início do recrutamento, através de uma revisão da legislação atual; o investimento na capacitação dos centros de ensaios clínicos e a implementação de modelos de incentivos adequados, com vista a um maior envolvimento dos investigadores e de outros profissionais nesta área, surgem ainda entre os fatores apontados para o fomento desta atividade em Portugal, que pode vir a representar 143 milhões de euros nos próximos dois anos.
Apesar dos dados animadores, o relatório identificou um recuo de 26% no número de ensaios clínicos submetidos em Portugal, de 160 para 118, entre 2006 e 2012, e indica que a taxa de ensaios clínicos por milhão de habitantes em Portugal surge nos últimos lugares da tabela na Europa Ocidental.
O relatório completo pode ser consultado aqui.
Este artigo foi úlil para si?
SimNão
Deixe um comentário
Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.