Todos os anos, cerca de 300 mil crianças entre os 0 e os 19 anos são diagnosticadas com cancro, em todo o mundo. O cancro pediátrico é uma doença crónica que gera enormes pressões físicas e emocionais para o doente, a família e o ambiente social.
Pais de crianças com cancro podem viver enormes pressões, físicas e emocionais, já que, apesar dos progressos nos cuidados médicos, o cancro ainda é visto como extremamente ameaçador para a vida dos doentes pediátricos e das suas famílias.
Um estudo com 108 pais de crianças entre os 7 e os 18 anos diagnosticadas com cancro pelo menos 6 meses antes do estudo, analisou: impacto percebido da doença, esperança, apoio social, afeto positivo e negativo (o componente emocional do bem-estar) e satisfação com a vida (o componente cognitivo do bem-estar).
Percepção da gravidade da doença reflete-se no bem-estar emocional
Os principais resultados indicaram que a esperança e o apoio social se correlacionavam negativamente com as percepções do impacto da doença. A percepção do impacto da doença mediou as relações entre a esperança, o apoio social e as emoções positivas, o que significa que, quando os pais consideravam que a doença do seu filho tinha menos impacto na família, experimentavam níveis mais elevados de bem-estar emocional.
Concluiu-se, por exemplo, que pais com recursos a apoio social e níveis mais elevados de esperança experimentam níveis mais elevados de percepções positivas relativamente à doença dos filhos. Por sua vez, estas percepções positivas permitem que os pais expressem mais emoções positivas do que negativas, mantendo assim um nível ótimo de bem-estar emocional subjetivo.
Os resultados vêm mostrar que as equipas de cuidados de saúde devem estar mais sensíveis às necessidades dos pais, de forma a impactarem mais positivamente o bem-estar dos pais.
Fonte: Frontiers