Na passada quarta feira, a Associação Pediátrica de Oncologia do Hospital São João (APOHSJ) pediu ao Governo que abrisse uma medida de exceção de forma a iniciar rapidamente as obras na ala pediátrica do Hospital São João, no Porto.
O anúncio deste pedido foi feito pelo porta-voz da associação, Luís Pires, que afirmou que este é um “caso de saúde publica”.
Luís Pires foi ouvido pela Comissão de Saúde na Assembleia da República, numa sessão que teve como objetivo “mostrar e explicar o real problema da ala pediátrica do Hospital São João, o que as crianças sofrem naquelas condições miseráveis”.
Considerando que “a política não prima pela rapidez”, o porta-voz afirmou que “não nos interessa estar aqui com concursos disto e daquilo se não daqui a quatro anos não temos nada lá no sítio”.
Por isso, Luís Pires pediu ao Governo que criasse uma “uma medida de exceção” para que a obra na “ala pediátrica comece rapidamente”.
“Nós queremos que seja o Estado a pagar a obra, mas também queremos que o faça o quanto antes”, disse o membro da recém-criada associação, que lamentou que o “o PS se tenha escondido um bocadinho atrás das costas do PSD e do CDS, por causa do governo anterior” durante a reunião.
Para além das duras críticas aos governantes, Luís Pires teceu também algumas críticas ao Conselho de Administração do Hospital São João.
“Faz hoje três semanas que o despacho [de abertura dos procedimentos concursais para a execução da obra] conjunto dos ministérios das Finanças e da Saúde saiu, tendo então o presidente do conselho de administração do Hospital São João dito que em três semanas lançaria o concurso, mas que se saiba ainda não houve concurso nenhum. O Conselho de Administração, mais uma vez, não vai cumprir, mostrando não ter competência para gerir este conflito”, disse o porta-voz.
Há já 10 anos que o serviço da ala pediátrica tem sido prestado em contentores, apesar de existir um projeto de construção de uma nova ala.
Luís Pires lamentou ainda que, após a interrupção da obra, em 2016, “até hoje nem uma pedra lá foi posta”.
De forma a mobilizar “os governantes e toda a gente que decide que isto é um problema de saúde pública”, a associação irá promover um “cordão humano em volta do Hospital São João”, no próximo dia 20 de outubro, pelas 18h30, para o qual é pedida a participação de toda a população.