Alice é uma menina de 5 anos que ama flores, princesas e a cor rosa.
“Mas não se deixem enganar pelo seu ar angelical”, brinca a sua mãe, Sian.
“A Alice é uma verdadeira guerreira, capaz de enfrentar todas as dificuldades da vida”.
Apesar da sua tenra idade, esta jovem natural de Queensland, na Austrália, já foi sujeita a 28 ciclos de radioterapia, várias sessões de quimioterapia e inúmeras cirurgias desde que foi diagnosticada com rabdomiossarcoma orbital – um tipo de cancro infantil muito raro, que afeta apenas entre 2 a 3 crianças, por ano, naquele país.
“Nunca tínhamos ouvido falar de tal doença – este é um tumor sólido que se formou atrás do olho direito da Alice, e que estava como que entrelaçado em torno da órbita e do nervo ótico”, explicou Sian.
Alice nasceu com uma condição denominada de ptose, que faz com que as suas pálpebras aparentem estar quase sempre descaídas; contudo, em junho de 2021, os seus pais notaram que algo estava diferente.
“Fomos a vários médicos, mas nenhum deles conseguiu encontrar nada. Os olhos estavam bem, não havia sinais de infeção…, mas o meu instinto contrariava a opinião de todos os médicos. Decidimos ir ao oftalmologista que diagnosticou a Alice com ptose quando ela nasceu”.
A mais de 500 quilómetros de casa, Sian recorda ter ficado muito apreensiva quando chegou ao consultório deste médico.
“Ele examinou a Alice e disse-nos logo ‘Vocês têm de ir a um hospital. Imediatamente’. E assim foi. Nesse mesmo dia, a minha filha fez uma ressonância magnética. Tinha apenas 3 anos. E assim surgiu o diagnóstico…”
5 dias depois, a família tinha-se mudado de “armas e bagagens” para Brisbane para que Alice pudesse dar início aos tratamentos.
“Valeu-nos a ajuda da Childhood Cancer Support, uma organização que apoia famílias afetadas pelo cancro infantil. Eles foram alcançáveis – deram-nos logo uma casa para ficarmos. Era incomportável arrendarmos uma outra casa, não tínhamos essa disponibilidade financeira. Eles ajudaram-nos com tudo, foram os nossos anjos da guarda”.
Cerca de 6 meses após o diagnóstico, “os exames da Alice vieram limpos. Não havia sinal de cancro. Respirámos de alívio e achámos que a batalha estava ganha”.
Infelizmente, em maio de 2022, Sian reparou que o olho de Alice estava diferente – um novo diagnóstico confirmou os piores receios desta mãe: “o cancro tinha voltado”.
Alice deu início a uma nova fase de tratamentos em junho – “até agora, a Alice já fez quimioterapia e foi sujeita a cirurgia para remover o tumor atrás do olho”.
“Os médicos tiveram que retirar o olho direito. Mas o mais importante é termos a nossa filha ao nosso lado. E para ela, parece que nada mudou – ela continua ativa, feliz e resplandecente. Nada a demove”.
Pela frente, Alice terá de voltar a fazer quimioterapia – mas isso não desanima a família que, agora, vive “um dia de cada vez”.
“Não é fácil lidar com tudo isto. Mas agarramo-nos às coisas boas. Sim, a minha filha tem cancro, mas está a correr tudo bem, dentro dos possíveis. E só por isso, temos de estar gratos”.
Fonte: ABC