Pesquisadores franceses descobriram que algumas crianças que sofrem com retinoblastoma (tumor que afeta o olho) considerado de baixo risco, que são tratadas com cirurgia, podem não ser sujeitas a quimioterapia pós-cirurgia, sem que haja risco de a doença se propagar.
O mesmo estudo indica que as crianças com retinoblastoma de risco intermédio ou de alto risco podem, de igual modo, ser sujeitas a um tratamento de quimioterapia menos agressiva.
Alguns dos medicamentos quimioterápicos usados no tratamento do retinoblastoma podem ter efeitos secundários graves a longo prazo, incluindo problemas de coração ou danos nos nervos, perda de audição, e até mesmo um maior risco para desenvolver leucemia mais tarde.
O estudo do Instituto Curie analisou crianças que tinham o tumor num dos olhos, que foram tratadas e removeram o olho cirurgicamente. A quimioterapia é, por vezes, administrada após a cirurgia, nos casos em que o tumor se estende para outras partes do olho.
O estudo incluiu 123 crianças que foram classificadas como sendo de baixo, médio ou alto risco, ou dependendo da extensão do tumor dentro do olho. As 70 crianças com retinoblastoma de baixo risco não receberam quimioterapia após a cirurgia, enquanto as 52 crianças com retinoblastoma de risco intermédio receberam quatro sessões de quimioterapia após a cirurgia, e a única criança com retinoblastoma de alto risco recebeu seis sessões de quimioterapia após a cirurgia.
Os pesquisadores acompanharam as crianças por uma média de quase 6 anos, e no final deste período, nenhuma das crianças sofreu qualquer agravamento da doença, metástase ou recidiva do cancro.
O artigo publicado no Journal of Clinical Oncology indica que os resultados demonstram que é seguro que os pacientes com retinoblastoma de baixo risco não sejam sujeitos a sessões de quimioterapia após a cirurgia, e sugerem que poderia ser benéfico para alguns pacientes de risco intermédio obter uma menor dose de quimioterapia ou mesmo não administrarem medicamentos quimioterápicos.
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