Crianças e adultos com uma forma rara de cancro ósseo, o sarcoma de Ewing, estão a receber um novo regime de tratamento mais eficaz, graças a um ensaio clínico de larga escala desenvolvido pelo Cancer Research UK Clinical Trials Unit (CRCTU), da Universidade de Birmingham, no Reino Unido.
Durante a investigação, foram testados dois planos de tratamento de quimioterapia (onde o medicamento é usado para matar as células cancerígenas), para o sarcoma de Ewing, um tipo raro de cancro que afeta ossos e tecidos moles e que ocorre principalmente em adolescentes e adultos jovens.
Os participantes do estudo realizaram um plano de tratamento padrão para este tipo de tumor usado no Reino Unido e noutros países da Europa; ou um plano de tratamento experimental para pacientes europeus, amplamente utilizado nos Estados Unidos.
No total, 640 crianças e pacientes adultos de dez países da Europa participaram no estudo, que durou cinco anos e foi interrompido em 2019, após a análise dos dados ter mostrado, de forma conclusiva, que o tratamento experimental teve resultados significativamente melhores e foi menos tóxico.
Publicado na revista The Lancet, este estudo europeu, denominado EE2012 e realizado pelo CRCTU, foi liderado pela professora e investigadora Bernadette Brennan, oncologista pediátrica do Royal Manchester Children’s Hospital, e mostrou que o regime de tratamento de quimioterapia utilizado nos Estados Unidos permitiu que houvesse seis por cento mais pacientes livres de cancro após três anos, com menos efeitos colaterais, tendo revelado também ser um tratamento mais curto do que o padrão anteriormente utilizado.
“Pela primeira vez, em mais de dez anos de estudos sobre o sarcoma de Ewing, o EE2012 mostrou que a sobrevida dos pacientes foi melhor com o tratamento experimental B VDC/IE. Este é agora o tratamento padrão internacional para todos os pacientes com sarcoma de Ewing e será a nova quimioterapia de base para o próximo ensaio internacional”, afirmou Bernadette Brennan.
“Esta investigação é fundamental para os resultados em cancro pediátrico e um grande impulso para fornecemos o melhor tratamento para os pacientes” com este tipo de tumor, disse, por sua vez, Pamela Kearns, diretora do CRCTU.
“Trabalhámos com os principais centros de tratamento de sarcoma de Ewing na Europa neste estudo. Quando interpretámos os impressionantes resultados provisórios sobre a eficácia do regime de quimioterapia usado nos Estados Unidos, conseguimos rapidamente garantir que todos os pacientes que participaram no estudo e que a grande maioria daqueles com sarcoma de Ewing na Europa têm melhores resultados”, concluiu a investigadora.
Fonte: Universidade de Birmingham