Os sobreviventes de cancro infantil têm um maior risco de enfrentar vários desafios, como sofrimento emocional, qualidade de vida prejudicada e encargos financeiros.
Um novo estudo indica que muitos sobreviventes, a longo prazo, também podem enfrentar um risco elevado de cometer suicídio.
As descobertas foram publicadas na revista CANCER.
Os dados relativamente limitados sobre o suicídio em sobreviventes de cancro infantil têm sido inconsistentes, embora geralmente tenham sugerido que as taxas de suicídio nestes indivíduos são baixas.
Quando o cientista Justin Barnes, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e a sua equipa examinaram um grande banco de dados populacional para avaliar as taxas de suicídio entre indivíduos sobreviventes de cancro infantil nos Estados Unidos entre 1975 e 2016, descobriram que, embora prevalente, o risco de suicídio era baixo.
A equipa identificou 49 836 sobreviventes de cancro infantil e 79 suicídios, tendo havido cerca de 1 suicídio por 10 mil pessoas por ano.
Esta taxa foi semelhante à taxa observada na população geral norte-americana.
No entanto, adultos sobreviventes de cancro infantil com mais de 28 anos de idade tiveram um risco maior de suicídio do que indivíduos da mesma idade da população em geral, com 2 suicídios por 10 mil pessoas por ano.
“As nossas descobertas levantam questões cruciais sobre o que pode ser feito para prevenir o suicídio em sobreviventes de cancro infantil, que são pessoas mais vulneráveis”, afirmou Justin Barnes.
“Estas estratégias podem incluir melhorar os esforços para rastrear a angústia e empregar melhor os cuidados de sobrevivência com uma equipa multidisciplinar”.
O médico sugere que investigações pesquisas adicionais são necessárias para estudar as razões subjacentes e os fatores de risco para suicídios nestes indivíduos.
“A causa para esta maior probabilidade pode incluir um historial de depressão, comorbidades psiquiátricas, dor persistente, fatores de stress socioeconómicos e tratamentos específicos do cancro… Infelizmente, não conseguimos avaliar estes fatores na nossa investigação”.
“Uma melhor compreensão pode ser útil para adaptar as intervenções aos sobreviventes de cancro infantil que estejam em maior risco.”
Fonte: Eurekalert