Investigadores do Yale Cancer Center, nos Estados Unidos, mostraram que, a longo prazo, a disfunção neuromuscular é prevalente em sobreviventes de cancro infantil; este efeito secundário continua a aumentar após a terapia e está associado a resultados prejudiciais ao nível da saúde e dos fatores socioeconómicos.
Os resultados foram publicados na revista Cancer, Epidemiology, Biomarkers & Prevention.
“Essas descobertas são muitos importantes para os sobreviventes de cancro infantil”, disse Rozalyn Rodwin, o principal autor da investigação.
“Crianças que são submetidas a tratamentos oncológicos estão em maior risco de sofrer disfunção neuromuscular. Isso podemos garantir. Ainda assim, os dados são limitados em relação à prevalência, padrões longitudinais e impacto a longo prazo”.
Os investigadores examinaram dados longitudinais de 25 583 sobreviventes de cancro infantil, que haviam sido diagnosticados há mais de 5 anos de diagnóstico, e 5 044 dos seus irmãos.
Durante o período de acompanhamento, foram avaliados os défices funcionais que os sobreviventes de cancro infantil muitas vezes enfrentam no tratamento oncológico, mesmo depois término desses mesmos tratamentos.
Os investigadores estimaram a frequência das condições que afetam a força, a sensação e o equilíbrio em sobreviventes de longo prazo.
Os dados mostraram que os sobreviventes tinham quase dez vezes mais probabilidade do que os irmãos de ter uma dessas condições debilitantes, que quase um quarto dos sobreviventes tinha pelo menos uma doença em 20 anos e que os sobreviventes com essas condições eram mais propensos a sofrer de problemas emocionais e de serem afetados pelo desemprego.
“Esperamos que estas descobertas resultem num maior rastreamento e vigilância para disfunção neuromuscular em sobreviventes de cancro infantil e que destaquem a necessidade de melhores intervenções para prevenir e tratar essas condições”, disseram os cientistas.
Fonte: Yale School of Medicine