A investigação científica em Portugal: 7ª edição do Prémio Rui Osório de Castro / Millennium BCP

Com o apoio da Fundação Millennium, a Fundação Rui Osório de Castro organiza, desde 2017, o Prémio Rui Osório de Castro / Millennium BCP, uma iniciativa que visa o desenvolvimento de projetos inovadores na área da Oncologia Pediátrica em Portugal.

Para além da atribuição de um prémio no valor de 15.000€ ao projeto vencedor, esta iniciativa também distingue outros projetos de investigação através da atribuição de Menções Honrosas.

Na 6ª edição desta iniciativa, uma das Menções Honrosas foi atribuída a Adriana Danes, do Champalimaud Center for the Unknown, pelo seu projeto “À descoberta da plasticidade durante o desenvolvimento do cancro pediátrico (Valance)”.

Este projeto tem como objetivo descobrir até que o ponto o cérebro é capaz de compensar as alterações causadas pela formação de massas tumorais durante as primeiras fases do desenvolvimento do cancro, enquanto mantém o seu normal desenvolvimento e função. Mais aprofundadamente, os cientistas irão tentar aferir a plasticidade cerebral no contexto da formação do meduloblastoma, um dos tumores pediátricos malignos mais comummente diagnosticado.

Com origem no cerebelo, uma parte vital do cérebro que controla os movimentos e a locomoção, o meduloblastoma forma-se, muitas vezes, em paralelo com o desenvolvimento deste órgão.

Os resultados preliminares deste trabalho mostraram que alguns precursores do cerebelo respondem à ativação do estímulo oncogénico, o que leva à formação do meduloblastoma; ao mesmo tempo, existem outros progenitores que se diferenciam de forma normal, formando neurónios maduros. Esta observação indica que alguns progenitores cerebelares possuem mecanismos que os faz fugir ao estímulo oncogénico, seguindo o seu processo normal de desenvolvimento.

Assim, uma das pretensões desta investigação é ser capaz de entender o comportamento dos progenitores cerebelares, tanto daqueles que respondem como daqueles que escapam ao estímulo oncogénico. Ao mesmo tempo, os cientistas querem também analisar os mecanismos e os genes que conduzem à resposta e também à resistência do estímulo oncogénico – isto será feito através da análise a proteínas inseridas nos progenitores cerebelares.

Os investigadores acreditam que este projeto será capaz de fornecer as primeiras evidências sobre os mecanismos de compensação utilizado pelo cérebro em desenvolvimento, de forma assegurar a sua correta maturação, ao mesmo tempo que limita os efeitos dos oncogenes. Quando são ativados em cérebros de pacientes em idade pediátrica, esses mecanismos tanto podem diminuir a massa tumoral, como impedir a progressão do tumor, o que, no futuro, pode vir a permitir o desenvolvimento de novos tratamentos para doentes pediátricos.

Se tiver um projeto relevante na área da oncologia pediátrica, apresente a sua candidatura por e-mail entre 1 de setembro e 15 de novembro de 2022 e participe na 7ª edição Prémio Rui Osório de Castro / Millennium BCP.

Conheça todas as condições, em https://froc.pt/investigacao/premio-rui-osorio-de-castro-millennium-bcp/.

Fonte: Fundação Rui Osório de Castro

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