O cancro é a principal causa de morte infantil nos Estados Unidos onde, de acordo com o National Cancer Institute, foram diagnosticadas mais de 10 mil crianças com cancro, só no ano passado.
No seu discurso sobre o Estado da União de 2019, o presidente Donald Trump anunciou que o seu governo quer fornecer 500 milhões de dólares (cerca de 441 milhões de euros) para financiar pesquisas sobre o cancro infantil.
Este financiamento é urgente pois, segundo Donald Trump, “muitos cancros infantis não têm novas terapias há décadas”.
O National Cancer Institute disse que o dinheiro seria usado para o compartilhamento de dados, ou seja, os cientistas iam concentrar-se em compartilhar os dados dos pacientes para ajudar a desenvolver novas maneiras de tratar a doença.
Um maior financiamento ajudaria famílias como a família Heise, que vive no estado do Minnesota.
Natalie Heise e o seu filho Justus estão acostumados a estar no hospital. Com quase 10 anos, o rapaz luta contra a doença há já 5 anos, quase metade do seu tempo de vida.
Depois de se ter queixado de dores abdominais, os médicos encontraram um tumor no rim esquerdo.
Desde aí, Justus já foi sujeito a duas cirurgias e está a preparar-se para fazer um transplante de células estaminais; isto para além de continuar a fazer tratamentos de quimioterapia.
“Tem sido difícil desenvolver novos medicamentos para crianças por causa do financiamento limitado”, disse o Toni Peters, oncologista pediátrico no Gundersen Health System.
Atualmente, apenas cerca de 4% de todo o dinheiro federal para pesquisa do cancro é dirigida para a pesquisa do cancro pediátrico.
“O cancro rouba as crianças. Rouba-lhes aquilo que elas têm de melhor: a infância”, disse Natalie, a mãe de Justus.
O cancro em crianças é diferente do cancro em adultos pelo que, nem sempre, os fármacos usados em adultos com cancro são as melhores opções para usar em crianças.
“Realisticamente, desde 1980, só houve três novos medicamentos que, quando desenvolvidos, foram direcionados para o cancro infantil. A maioria dos fármacos – e houve centenas deles – desenvolvidos durante esse período foram para o cancro em adultos”, acrescentou Toni Peters.
Segundo o médico, o facto de a taxa de cura para o cancro infantil estar hoje em 80% é um dos motivos pelos quais não há grande interesse por parte dos governos e das farmacêuticas para desenvolver novos tratamentos.
Fonte: WXOW