A importância de apoiar a investigação do cancro infantil

Embora, nos últimos anos, se tenham feito progressos notáveis ao nível da pesquisa do cancro infantil, ainda existem muitas lacunas, principalmente quando se fala em cancros mais agressivos, como é o caso do neuroblastoma e do sarcoma de Ewing.

De forma a valorizar esses mesmos progressos, o The Stand Up To Cancer-Cancer Research UK Pediatric Cancer New Discoveries Challenge premiou três novas equipas de investigadores provenientes do Reino Unido e dos Estados Unidos que, nos últimos dois anos, têm desenvolvido novas terapias para o tratamento de cancros que afetam crianças e jovens e que são particularmente difíceis de tratar.

Embora o combate à COVID-19 se tenha tornado a principal prioridade de saúde número 1 a nível mundial, a cada dois minutos uma criança continua a ser diagnosticada com cancro em todo o mundo.

Cerca de 1 900 casos de cancro infantil são diagnosticados no Reino Unido a cada ano, e mais de 15 mil casos são diagnosticados nos Estados Unidos.

Os esforços para derrotar a pandemia causada pela COVID-19 revelaram o poder da colaboração científica a uma escala global, o que pode vir a beneficiar enormemente a pesquisa noutras áreas – como a oncologia pediátrica – a longo prazo.

“Apesar do foco mundial estar localizado na pandemia da COVID-19, continua a ser imperativo continuar a apoiar os esforços de pesquisas e infraestruturas para o tratamento do cancro infantil a curto e longo prazo. O ímpeto de cada uma destas equipes é muito promissor, pois eles concentraram-se, não só nas crianças atualmente em tratamento, como também naquelas que ainda não foram diagnosticadas”, explicou Sung Poblete, CEO da Stand Up To Cancer.

O The Stand Up To Cancer-Cancer Research UK Pediatric Cancer New Discoveries Challenge apoia equipas de cientistas focadas na compreensão dos impulsionadores do cancro infantil e no uso de medicamentos novos, ou reaproveitados, para fins terapêuticos.

As três equipas transatlânticas farão o desenvolvimento inicial em dois anos e, em seguida, competirão por mais quatro anos de financiamento para avançar ainda mais com os seus trabalhos.

“O progresso ao nível dos tratamentos em crianças e jovens com cancro permanece teimosamente baixo para certos tipos de cancro. Ao financiarmos estas colaborações transatlânticas, esperamos acelerar este progresso, o que acabará por levar a novas formas muito necessárias de tratamento para estes cancros infantil”, disse Matt Kaiser, da Cancer Research UK.

Mas o melhor é conhecermos os projetos destas equipas:

  • A equipa 1, liderada por Martin McCabe, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, e por Thomas Merchant, do St. Jude Children’s Research Hospital, nos Estados Unidos, irá estudar a radioterapia de precisão, um tipo de tratamento destinado ao cancro cerebral pediátrico que, atualmente, pode causar efeitos secundários ao longo da vida ao nível da cognição e da produção de hormonas. O objetivo da equipa é identificar as regiões do cérebro envolvidas nesses processos que são sensíveis à radiação para desenvolver um atlas das regiões cerebrais a serem evitadas durante a radioterapia de precisão na infância.
  • Já a equipa dois, liderada por John Anderson e por Louis Chesler, da Universidade College London e do Institute of Cancer Research, ambas no Reino Unido, irá estudar alguns dos desafios associados à utilização de imunoterapias para o tratamento de cancros pediátricos; a equipe vai estudar o sistema imunitário de crianças com dois tipos de cancro: neuroblastoma e meduloblastoma. Os cientistas planeiam organizar uma nova forma de utilizar as células T do próprio paciente em ‘células CAR-T’ que podem impulsionar o sistema imunitário de uma criança para superar o crescimento do tumor e outras barreiras de imunidade.
  • Por fim, a equipe 3, liderada por Alexander Bishop, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e por Kevin Hiom, da Universidade de Dundee, na Escócia, investigará uma caraterística biológica única do sarcoma de Ewing, um tipo de cancro que afeta os ossos e o tecido circundante e que, para além de mal compreendido, tem poucas opções de tratamento; o objetivo desta equipa é criar um fármaco que terá como alvo a mutação genética incomum encontrada neste tipo de cancro.

Fonte: News Medical

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