A história da sobrevivente que se vai tornar enfermeira pediátrica

Uma sobrevivente de leucemia que, por pouco, escapou da morte está prestes a formar-se como enfermeira pediátrica e a viver o seu sonho de ajudar a salvar a vida de outras crianças.

Katy Payne, hoje com 20 anos, foi diagnosticada com leucemia linfoblástica aguda quando tinha apenas 2 anos.

Na altura, esta menina norte-americana lutou contra a doença durante 2 anos, até poder ser considerada como “livre de cancro”.

Ao fim de 18 anos, Katy irá agora ser capaz de ajudar crianças que sofrem o mesmo trauma por que ela passou.

O objetivo desta estudante de enfermagem é realizar o seu sonho de criança, que surgiu quando ela lutava contra a doença.

“Eu lembro-me de acordar após uma punção lombar durante o tratamento e de ter olhado para a minha mãe com dores e dizer ‘quero ser enfermeira’”, contou a jovem.

“No fundo, queria que as crianças como eu se sentissem melhor. Hoje tenho a noção que podia não estar aqui, que estive muito perto da morte, e isso só me faz querer ajudar mais estes meninos e meninas”.

“Agora, quando olho para crianças que estão a sofrer no hospital, penso sempre na sorte que tive. Quero ajudar estas crianças a terem a mesma hipótese que eu tive”, disse, emocionada.

Uma batalha difícil

Katy com a sua mãe

Durante os tratamentos, Katy perdeu todo o seu cabelo devido à quimioterapia, sentia-se sempre muito fraca e os esteroides que tomava tornaram-na inchada. Os pais, Tracy e Paul, ficaram “de coração partido” ao ver a filha tão doente e em alguns momentos pensaram que a filha não conseguiria sobreviver.

Mas quase 2 anos depois do tratamento a que foi sujeita contra a leucemia linfoblástica aguda, um tipo de cancro que afeta os glóbulos brancos, Katy começou a melhorar.

“Quando fui para a escola, mal tive oportunidade, escolhi disciplinas que estavam relacionadas com saúde, pois sabia que isso me abriria portas para a Universidade”, recorda a jovem.

“Eu não ia deixar que nada me impedisse de ser uma enfermeira pediátrica. Foi para isso que me preparei durante todos estes anos. Quando fui aceite na universidade, fiquei perplexa, porque senti, finalmente, que podia retribuir tudo aquilo que fizeram por mim”.

Enquanto frequentava o ensino secundário, Katy fez voluntariado junto de pacientes com cancro infantil. Hoje, a fazer estágio, a jovem está a trabalhar com as mesmas enfermeiras que a trataram quando ela tinha leucemia.

“Quando a equipa de enfermagem me viu pela primeira vez, ninguém acreditava que era eu”.

Uma paciente diferente dos outros

“Um dos enfermeiros que cuidou de mim foi o Stuart, e é tão engraçado olhar para ele agora e vê-lo como um colega e, mais do que isso, um amigo”, confidenciou a jovem.

“Já passaram mais de 18 anos, mas ele lembrava-se de mim; de quando eu estava doente e da cor da minha pele. Na altura, alguns enfermeiros juntaram-se para me dar uma bata como a deles, e o Stuart fazia parte desse grupo. São memórias que nunca esquecerei”.

Os médicos do hospital estão surpreendidos com a vontade de Katy se tornar uma enfermeira pois, normalmente, as crianças que têm experiências como as dela querem é estar afastadas daqueles ambientes hospitalares.

Katy, hoje com 20 anos

“Normalmente, quando uma criança tem uma experiência traumática num ambiente hospitalar, isso distancia-a do desejo de estar perto de hospitais ou de ter algo a ver com eles. Para mim é o oposto. Quero saber mais sobre o porquê de eu ter ficado doente e quero ajudar os outros a ficarem bem, e livres desta doença”, diz a jovem.

A longo prazo, Katy quer tornar-se numa oncologista, mas o seu objetivo imediato é formar-se no próximo ano e trabalhar a tempo integral como enfermeira pediátrica.

“Eu quero estudar oncologia um dia, mas isso é muito à frente, por agora quero resolver e ajudar o máximo de crianças que puder. Tudo isto começou com uma história terrível que teve um final feliz e eu sinto que tenho a oportunidade de dar esse mesmo final feliz a outros tantos jovens”.

No meio de tanta emoção, Katy não se esquece de quem esteve sempre a apoiá-la: os pais e a avó.

“Os meus pais e a minha avó nunca saíram do meu lado. Fizeram de tudo para que eu ficasse boa e, também por isso, ser-lhes-ei eternamente grata”, afirmou a sobrevivente.

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